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Acordo com Temer impediria Parente de assumir conselho da BRF

Segundo a Petrobrás, executivo pode acumular presidência de estatal com um conselho executivo de outra companhia; ele hoje lidera o colegiado da B3

Foto do author Fernanda Guimarães
Por Fernanda Guimarães e Camila Turtelli
Atualização:

Pelo acordo assumido com o governo ao se tornar presidente da Petrobrás, há dois anos, Pedro Parente estaria impedido de aceitar a indicação ao Conselho de Administração da BRF. Isso porque o acertado era que o executivo deixaria todos os conselhos dos quais participava, conseguindo negociar apenas sua permanência na presidência do colegiado da B3.

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Na época, a B3 acabava de fechar acordo de fusão com a Cetip e permanecer no cargo foi um dos pontos que foram debatidos com o presidente Michel Temer. Parente disse que se sentia responsável pelo processo de fusão, que estava em andamento, e que por isso seu desejo era prosseguir no cargo. O mandato de Parente como presidente do Conselho de Administração da B3 vence apenas em abril de 2019.

Para liderar a Petrobrás, Pedro Parente teria acertado a saída de todos os conselhos dos quais participava, conseguindo negociar apenas permanência no colegiado da B3 Foto: Wilton Junior/Estadão

A própria Petrobrás já deixou esse ponto claro em comunicado ao mercado, dizendo que Parente só pode ser conselheiro em uma empresa, sem ser da Petrobrás. 

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"Pedro Parente é também presidente do Conselho de Administração da B3 e, conforme entendimento havido durante o convite para assumir a presidência da Petrobrás, pode participar do conselho de uma empresa fora do Sistema Petrobrás, desde que não exista conflito estrutural de interesses, de acordo com o Estatuto Social da companhia", segundo destacou a estatal.

Por conta disso, Parente ao assumir a Petrobrás deixou os conselhos da RBS e do grupo ABC, dos quais participava na época.

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Em relatório, o Itaú BBA afirma que a possível indicação de Parente como presidente do conselho da BRF enviaria uma mensagem positiva, por ser uma resolução "mais pacífica" do conflito entre os principais acionistas e porque aumenta a probabilidade de que a administração atual permaneça. 

"Em nossa opinião, qualquer resolução que aumente as chances de não ver outra mudança de gestão na empresa agora é positiva", dizem os analistas do banco. 

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