Dezesseis anos depois de comprar a Reebok por US$ 4 bilhões, a gigante alemã dos materiais esportivos Adidas está vendendo o negócio por pouco mais da metade desse valor para a Authentic Brands, uma voraz compradora de marcas que passam por dificuldades.
Nos últimos anos, a Authentic comprou a Brooks Brothers (de roupas masculinas de alto padrão) e a Forever 21 (de fast-fashion), ampliando um portfólio que inclui marcas como a Sports Illustrated. A aquisição da Reebok ocorre em um momento em que a companhia se prepara para abrir o capital.
“Estávamos de olho na Reebok há muitos anos”, disse Jamie Salter, presidente da Authentic, em um comunicado. “A Reebok não tem apenas um lugar especial nas mentes e corações dos consumidores do mundo todo, mas possui também uma distribuição global que está em expansão.”
A Reebok está presente em 80 países, sendo que 70% de seus negócios estão concentrados fora dos mercados dos EUA e do Canadá. A sede da empresa continuará em Boston.
Quando a Adidas comprou a Reebok, em 2005, tinha a intenção de recapturar a fase áurea da marca, nos anos 1980, quando ela se tornou uma rival de peso para a Nike. No entanto, a grife acabou se perdendo dentro do império Adidas e perdeu preferência entre os consumidores. Em 2020, suas vendas caíram 19%, para 1,4 bilhão de euros.
“Por um período de tempo, a marca foi provavelmente mais potente do que seus produtos”, disse Kasper Rorsted, presidente da Adidas, sobre a Reebok em 2016. “Agora, eu acho que os produtos são mais fortes do que a marca, e temos de nos reconectar com nossos consumidores.”
O jogador de basquete Shaquille O’Neal, cuja linha de calçados esportivos para Reebok foi lançada em 1992, e que vendeu sua própria marca à Authentic Brands em 2015, celebrou a venda. "Trazer essa marca para a ‘família’ é um sonho que se torna realidade", disse. No ano passado, O’Neal afirmou à CNBC que a Adidas havia “diluído” tanto a marca ao ponto de quase fazê-la desaparecer.