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Alcoa critica proposta para mudar armazéns de alumínio

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Por Redação
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A Alcoa disse à London Metal Exchange que o plano da LME para reduzir os gargalos em seu sistema de armazéns vai prejudicar a indústria de alumínio. Em carta, a empresa norte-americana diz que as mudanças recomendadas pela LME "constituem uma grande intervenção no mercado, que não fará nada para ajudar nossos clientes".Em julho, a LME, que é a maior Bolsa do mundo para negociação de metais industriais, anunciou a proposta de uma nova regulamentação para reduzir o tempo de espera para clientes obterem metal dos armazéns licenciados pela Bolsa. Desde 2011, empresas como Coca-Cola e Novelis vinham reclamando que os gargalos nas entregas estavam inflando o custo do alumínio.Mas, para o chairman e CEO da Alcoa, Klaus Kleinfeld, "as mudanças propostas para as normas dos armazéns da LME estão tentando resolver um problema inexistente de disponibilidade de metal".De acordo com as novas normas, armazéns com grandes filas de espera para entrega teriam de entregar mais metal do que recebem. Isso prejudicaria um tipo de operação no mercado que surgiu nos últimos três anos, quando os proprietários dos armazéns oferecem dinheiro e outros incentivos para que produtores encaminhem metal para seus estoques. Eles então limitam a quantidade de alumínio que entregam. Traders e analistas dizem que essa prática eleva os preços para clientes que precisam do metal imediatamente.A carta da Alcoa é sinal de que a LME tem poucos aliados ao preparar-se para tomar uma decisão final sobre as novas normas, em outubro. Nesta segunda-feira, associações que representam fabricantes de cerveja e de refrigerantes enviaram outra carta à LME, dizendo que as mudanças propostas não avançam o suficiente. Para elas, a implementação dessa proposta ainda deixaria o sistema de armazéns suscetível a esperas excessivas para entregas e a preços artificialmente elevados.Nos EUA, a Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC) e o Departamento de Justiça iniciaram investigações sobre o sistema de armazéns da LME para determinar se ele está inflando os custos do alumínio.Em sua carta, a Alcoa diz que os preços do alumínio, que incluem os custos de entrega, estão nos níveis mais baixos em quatro anos, o que seria uma evidência de que os armazéns não estão causando um problema de falta de oferta. "Os consumidores ainda são capazes de acessar o alumínio primário a um custo equivalente ao que se via em meados de 2009, quando os mercados globais acabavam de sair da recessão", afirma a empresa.Os consumidores do metal, por sua vez, argumentam que suas despesas seriam ainda menores se o alumínio se movesse sem tantos sobressaltos para dentro e para fora dos armazéns. Em julho, um executivo da cervejaria Miller Coors disse a um comitê do senado dos EUA que os consumidores de alumínio pagaram, no ano passado, US$ 3 bilhões a mais em tarifas de entrega do que teriam pago sem os gargalos nos armazéns. Essas tarifas, conhecidas como prêmios, alcançaram níveis recorde em 2012 nos EUA, na Europa e no Japão.Embora a própria Alcoa não opere armazéns da LME, ela poderá perder se o sistema atual for modificado. Os custos altos de entrega ajudaram a Alcoa e outras indústrias de alumínio durante os anos de preços baixos. Uma análise do Bank of America/Merrill Lynch publicada em julho estimava que o as tarifas elevadas de entrega, que resultavam em parte dos pagamentos feitos aos armazéns, impediam que cerca de 30% da capacidade mundial de produção de alumínio passassem a ter prejuízo.Segundo a Alcoa, a norma proposta poderá levar aqueles interessados em armazenar alumínio a mover seu metal para armazéns fora do sistema da LME, tornando mais difícil acompanhar os estoques globais e, potencialmente prejudicando o status da LME como o principal centro de negócios com o metal. A empresa e os fabricantes de bebidas pediram à LME que divulgue dados mais detalhados.A Alcoa também recomendou que a LME lance contratos futuros vinculados às tarifas regionais de entrega de alumínio, para permitir que os compradores determinem antecipadamente seus custos. Fonte: Dow Jones Newswires.

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