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Alphaville, da Gafisa, vê oportunidade na escassez de terrenos

Enquanto construtoras começam a sentir os efeitos de uma desaceleração nas vendas, a companhia diz estar confortável tanto em termos de demanda quanto de espaços para construir

Por Reuters
Atualização:

O esgotamento de áreas adequadas para construção de imóveis residenciais em grandes centros urbanos, um dos principais gargalos enfrentados pelo setor imobiliário, é visto como um trampolim para a Alphaville Urbanismo, controlada pelo Grupo Gafisa. Enquanto construtoras e incorporadoras começam a sentir os efeitos de uma desaceleração nas vendas, a companhia --voltada ao desenvolvimento de condomínios urbanos de alto padrão-- diz estar confortável tanto em termos de demanda quanto de espaços para construir. "Com esse esgotamento da incorporação vertical, existe uma migração para o nosso segmento. Existe uma geração de demanda", disse o diretor Comercial da Alphaville, Fabio Valle, à Reuters na quinta-feira. Segundo ele, regiões como o Nordeste do país e o interior dos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro apresentam hoje o maior potencial de crescimento para o setor habitacional, por contarem com muitas cidades ainda pouco exploradas. "A demanda é maior do que a gente consegue ofertar. O maior problema não está na obtenção de terrenos, mas na aprovação dos projetos", acrescentou o diretor de Novos Negócios da empresa, Marcelo Willer. Presente em 20 Estados, a companhia se apoia em outro entrave vivido pelo setor a seu favor: a valorização imobiliária. Segundo Valle, o preço médio dos empreendimentos da empresa varia entre R$ 130 mil R$ 200 mil, valor relativamente baixo para projetos considerados de alto padrão. "Em 2010, o setor era a bola da vez... Houve uma valorização muito alta. Hoje, se comparar (o valor de) um empreendimento vertical com um Alphaville, o valor parece baixo", afirmou o diretor Comercial. Gafisa Prestes a ser totalmente incorporada pela Gafisa, a Alphaville deve, a partir de 2012, conquistar maior participação nas operações da construtora e incorporadora, resultado das elevadas margens que vem apresentando nos últimos anos. A Gafisa, por sua vez, vem enfrentando forte pressão do mercado para reverter o alto consumo de caixa visto nos últimos trimestres em decorrência de problemas pertinentes à Tenda, sua subsidiária integral. Atualmente, a Alphaville tem participação de 25% no volume de vendas da Gafisa e de 48% nas margens. Nos últimos quatro anos, o volume de vendas e lançamentos da Alphaville disparou. Em 2010, a empresa vendeu R$ 599 milhões, contra R$ 238 milhões em 2007. Já os lançamentos saltaram para R$ 741 milhões, ante R$ 237 milhões, na mesma base de comparação. Para este ano, a projeção de Willer é otimista: "Vamos continuar crescendo. Certamente vamos ter um resultado maior em 2011, ainda que tenha sido alto em 2010". A Gafisa deve adquirir os 20% restantes do capital social da Alphaville até o final de dezembro deste ano.

(Vivian Pereira)

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