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Alto preço do minério pode beneficiar siderúrgicas dos EUA

Por STEVE JAMES
Atualização:

As siderúrgicas norte-americanas podem se beneficiar das novas altas dos preços do minério de ferro porque, diferente de muitos produtores asiáticos e europeus, eles dependem menos da oferta global da matéria-prima, disseram analistas na terça-feira. "Ironicamente, quanto mais alto os aumentos nos custos globais do minério de ferro, melhor estão as siderúrgicas da América do Norte", disse a analista Michelle Applebaum, da Michelle Applebaum Research em Chicago. "Essa conclusão aparentemente anormal deve-se ao fato de que muito pouco da base de matéria-prima das siderúrgicas norte-americanas é comprada nesse mercado", escreveu ela em uma nota. Além disso, escreveu Applebaum, os custos internos vão subir menos do que globalmente, já que a maioria das usinas nos EUA usam pelotas de minério de ferro, em vez do minério fino. As pelotas são processadas e normalmente vendidas a preços altos, com base no teor de ferro contido nelas. Outras produtoras dos EUA não usam minério de ferro como matéria-prima, produzindo aço a partir de sucata. Applebaum disse que os aumentos do preço do minério significariam um salto de cerca de 29 dólares por tonelada no custo final do aço. Na segunda-feira, foram fechados os primeiros aumentos contratuais dos preços do minério de ferro deste ano, entre a Vale e siderúrgicas do Japão e Coréia do Sul. O reajuste com as empresas asiáticas foi de 65 (minério de Minas Gerais) e 71 por cento (minério de Carajás). A Vale também informou que fechou com a alemã ThyssenKrupp um aumento de 65 por cento para o preço do minério de ferro produziro em Minas Gerais e de 66 por cento para a produção de Carajás, no Pará. Outro analista dos EUA, Charles Bradford, da Bradford Research/Soleil, concorda que o impacto sobre as siderúrgicas norte-americanas será provalvemente menor do que sobre os outros produtores. "As pelotas ainda não subiram", disse ele, destacando que os preços do minério de ferro subiram 9,5 por cento no ano passado, enquanto que das pelotas avançaram 5 por cento. No ano anterior, quando o minério subiu mais de 70 por cento, os preços das pelotas na verdade caíram 3 por cento, disse ele. "Pessoas como a Mittal têm as coisas sob contrato", disse Bradford. A ArcelorMittal, maior siderúrgica do mundo, tornou-se amplamente auto-suficiente em minério de ferro recentemente. No ano passado ela adquiriu a canadense Dofasco, proprietária de minas de minério de ferro. Ela ainda está comprando a Wabush Mines, em Labrador, e tem contratos de fornecimento a longo prazo com a fabricante de pelotas de minério de ferro Cleveland-Cliffs . Em dezembro, Louis Schorsch, chefe da ArcelorMittal USA, disse à Reuters que a empresa estava perto de seu objetivo de 75 por cento de auto-suficiência global em minério de ferro. REUTERS CM DL

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