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Amil investirá R$ 640 milhões em hospitais do Rio

O plano da empresa inclui novas unidades na zona oeste e na zona sul cariocas e será financiado com recursos do caixa, de captações no mercado e até dinheiro do BNDES

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A Amil mapeou o mercado brasileiro e estuda novas possibilidades de aquisição para ampliar sua rede própria de 22 hospitais no País. O Rio de Janeiro está em primeiro lugar no radar da companhia. De acordo com o diretor-superintendente, Cássio Zandoná, há espaço na capital e no interior. A operadora investirá R$ 640 milhões até 2014 para ampliar seus hospitais no Estado.O plano da empresa inclui novas unidades na zona oeste e na zona sul cariocas e será financiado com recursos do caixa, de captações no mercado e até dinheiro do BNDES, onde a empresa aguarda a aprovação de um financiamento. A operadora briga para manter a liderança no cada vez mais competitivo mercado fluminense, onde tem 1,7 milhão de clientes e 25% de participação. O Estado do Rio responde por 28% da receita da Amil, de R$ 9,3 bilhões em 2011."Apostamos no crescimento da economia do Rio com o pré-sal, Copa e Olimpíadas. Estamos nos preparando para competir em todos os segmentos econômicos", afirma o executivo. Depois de São Paulo, onde a Amil é líder com 11% do mercado, o Rio é o Estado que mais recebe aportes do grupo hoje. Só na capital, a empresa passará a ter nove hospitais.A Amil acaba de arrendar a área hospitalar desativada da Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação (ABBR), na Lagoa, área nobre da zona sul, por 20 anos. Ali serão investidos R$ 20 milhões em um hospital de referência em ortopedia e traumatologia e na recuperação da unidade de reabilitação (filantrópica). A unidade terá 85 leitos e convênio com o americano Hospital for Special Surgery, de Nova York, especializado no atendimento de atletas de alta performance. A pesquisa com células-tronco na ortopedia também será desenvolvida.A lista de empreendimentos é liderada pelo Hospital das Américas, na Barra, região de maior crescimento populacional e imobiliário da cidade e ainda carente de bons hospitais. Orçado em R$ 500 milhões, dos quais apenas 20% já investidos, o complexo médico de 450 leitos fica pronto em 2014. Os 285 consultórios médicos, no entanto, já foram vendidos e iniciam atividades neste ano."Teremos ali hospitais para os públicos AB e C. O desafio é oferecer produtos que caibam em todos os bolsos", avalia Zandoná. Na área de pesquisa, a vedete do Hospital das Américas será a cirurgia robótica, com equipamentos importados dos EUA. No local funcionará também um centro de treinamento para a América Latina, em parceria com um centro de referência americano em cirurgia robótica.O grupo aposta ainda na recuperação da hotelaria de seus hospitais 5 estrelas, o Pró-Cardíaco e o Samaritano. Recém-adquiridos pelo grupo, eles vão quase saltar de 90 para 150 leitos cada até o ano que vem. Para isso, a Amil injetará R$ 100 milhões em sua infraestrutura."Queremos encurtar a percepção de qualidade entre a medicina do Rio e São Paulo. Vamos melhorar o campo para os craques da medicina carioca", diz Zandoná, em referência à migração de pacientes cariocas para hospitais como Einstein e Sírio Libanês, além do exterior.No outro extremo, a Amil investe mais R$ 20 milhões em novos centros médico na Tijuca e São Gonçalo, com inaugurações em 2012 e 2013. As unidades voltadas a atender clientes dos planos Dix e Blue (populares) já somam 14 no Rio e 60 no País. InternacionalizaçãoZandoná afirmou também que a empresa vem sendo procurada por grupos de países como Portugal, que enfrenta medidas de restrição aos gastos públicos, para realizar Parcerias Público-Privadas (PPP). O assédio, segundo ele, se deve à crise do sistema de bem-estar social na Europa, que começa a abrir espaço para a internacionalização das operadoras de planos de saúde brasileiras. Ele negou, no entanto, que a Amil esteja negociando de fato. Na década de 90, a empresa chegou a atuar nos Estados Unidos (Texas) e na Argentina, mas deixou os dois mercados para concentrar esforços financeiros no Brasil após a regulamentação dos planos de saúde, que aumentou exigências e elevou os custos da operação no País.

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