REDUÇÃO DA DEFASAGEM
Em contrapartida, um preço do petróleo mais baixo poderia resultar em uma redução da defasagem dos preços internos frente aos combustíveis comercializados no exterior, algo que tem trazido prejuízos seguidos para a divisão de Abastecimento da empresa.
No Brasil, o governo impede que o preço dos combustíveis acompanhe a volatilidade do mercado externo e tem mantido os valores abaixo dos praticados em outros países. Com isso, ao importar combustíveis e vendê-los no Brasil a cotações inferiores às de compra, a Petrobras sofre perdas.
Por isso, acrescentou Pinheiro, do IBRE, a queda do petróleo também pode ser considerada positiva para a Petrobras, uma vez que reduz a defasagem dos preços dos combustíveis no Brasil.
No mês passado, devido à queda do preço do barril de óleo, a defasagem de preços dos combustíveis atingiu seu menor patamar desde novembro de 2013, pelo menos, na comparação com os valores internacionais, segundo cálculos da GO Associados em 26 de agosto.
A defasagem do preço da gasolina, ante o valor registrado na refinaria nos EUA, ficou em torno de 11 por cento em agosto. Já a diferença do preço do diesel, o combustível mais vendido pela Petrobras, ficou em torno de 4 por cento, segundo a GO.
Para Almeida, da UFRJ, se a defasagem continuar reduzindo, como aconteceu em agosto, o tão aguardado reajuste do preço dos combustíveis, que não aconteceu nenhuma vez neste ano, poderia não ter justificativa do ponto de vista do valor do petróleo.
Mas há a questão do dólar mais forte frente ao real, que torna as importações mais caras. A moeda norte-americana fechou a 2,3351 nesta sexta-feira, com a maior alta ante o real em quase dez meses, após pesquisa mostrar empate técnico da presidente Dilma Rousseff (PT) com Marina Silva (PSB) num segundo turno das eleições presidenciais.
Nas premissas básicas para seu atual plano de negócios 2014-2018, a Petrobras considera a taxa de câmbio média de 2,23 reais por dólar, em 2014.