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Analistas avaliam acordo entre Boeing e Embraer como positivo, mas esperam valorização

Mercado ainda precisará avaliar implicações fiscais e como o pagamento de US$ 3,8 bilhões ocorrerá, assim como a maneira com que os recursos serão usados

Por Karin Sato e Letícia Fucuchima
Atualização:

Os termos do acordo entre Boeing e Embraer anunciados nesta quinta-feira, que detalham a estrutura da eventual parceria entre elas, foi bem avaliado pelo banco Safra. “Ainda vamos investigar mais a fundo o anúncio, porém nossa primeira leitura é positiva. O acordo avalia a unidade de aviação comercial da Embraer em US$ 4,57 bilhões, valor próximo da capitalização de mercado da Embraer ontem, de US$ 4,8 bilhões, implicando uma avaliação abaixo do mercado para os outros segmentos da Embraer, como a Aviação Executiva e Defesa”, escreve o analista Lucas Marquiori.

Nova empresa é avaliada em US$ 4,75 bilhões Foto: Roosevelt Cassio|Reuters

Já a primeira leitura dos analistas do BTG Pactual sobre o acordo é de que o valuation do segmento de aviação comercial ficou abaixo do esperado, embora conte com upside (potencial de valorização) em relação ao preço atual da fabricante de aeronaves. Os analistas pontuaram que o acordo avalia o valor da divisão de Aviação Comercial da Embraer no mesmo patamar do valor de mercado atual da empresa. Isso significa que os acionistas da Embraer poderão ter acesso a um potencial de valorização, no que se refere aos segmentos de Defesa e Executivo e às sinergias da nova empresa, a partir de agora. Contudo, o mercado ainda precisará avaliar as implicações fiscais e como o pagamento de US$ 3,8 bilhões ocorrerá, assim como a maneira com que os recursos serão usados. "Achamos que a maior parte do valor líquido deve ser distribuída como dividendo especial aos acionistas da Embraer", citam os analistas, em comentário a clientes. "Com alguns pressupostos preliminares, chegamos a um valor do ativo líquido (NAV, na sigla em inglês) justo para a Embraer nos níveis de US$ 30-32 por ADR (cerca de 20% dos preços atuais), atribuindo um valor líquido de pós-sinergias de US$ 5 bilhões à divisão de Aviação Comercial da Embraer (monetização de 80% + 20% de sinergias + alguma reavaliação sobre os 20% restantes) e cerca de US$ 1 bilhão para o valor patrimonial dos negócios de Defesa e Executivo", acrescenta.

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