02 de junho de 2022 | 16h06
Atualizado 02 de junho de 2022 | 19h31
O conselho da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) aprovou nesta quinta-feira, 2, o pedido de prazo adicional de 60 dias para as operadoras ativarem a internet móvel de quinta geração (5G) nas capitais estaduais.
Pela regra original, o 5G deveria estar disponível nas capitais até 31 de julho. Agora, as operadoras estarão liberadas para concluir a implementação das redes até 29 de agosto, com a ativação do sinal para uso geral da população em até 30 dias a partir daí, portanto, 28 de setembro.
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A tecnologia 5G permite velocidades maiores para a transmissão de dados usando a rede de celular, com um ganho para os usuários de telefonia móvel. Estima-se que, em seu potencial máximo, a tecnologia 5G seja capaz de atingir velocidade de download de 10 gigabits por segundo (Gbps). Isso significa que uma tarefa que demora em torno de 20 segundos no 4G - como baixar uma playlist de uma hora no Spotify - pode levar apenas 2 segundos no 5G.
O presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Carlos Baigorri, disse que a postergação da ativação do 5G nas capitais de julho para setembro foi necessária por conta da escassez de equipamentos para limpeza da faixa de 3,5 Ghz e da ausência de alternativas para contornar esse problema. Além disso, não descartou novos atrasos, embora esse não seja o cenário esperado.
A faixa de 3,5 Ghz está passando por uma limpeza a fim de evitar interferências no tráfego do sinal de 5G com os sinais de TV para antenas parabólicas, que transitam no mesmo espaço. Esse trabalho requer a importação de filtros para adaptação das grandes antenas. O problema é que a principal fabricante dos equipamentos é a China, que atravessou uma nova onda de covid e de restrições à circulação nos últimos meses, atrasando o envio dos itens.
A possibilidade de extensão do prazo em 60 dias já era prevista no edital dos lotes de frequências para o 5G, realizado no fim do ano passado pela Anatel. A proposta de utilização de uso desse prazo adicional partiu do Grupo de Acompanhamento das Obrigações da Faixa de 3,5 Ghz (Gaispi) após ouvir o relato de problemas das empresas com a importação dos filtros.
"Diante da indisponibilidade de filtros para proteger os sistemas profissionais de TV aberta neste momento, se optou por aprovar a proposta do Gaisp. Não vamos permitir ativar o 5G e derrubar a TV aberta", declarou Baigorri, em entrevista coletiva à imprensa.
O adiamento foi aprovado por unanimidade na reunião do conselho diretor da Anatel realizado na tarde desta quinta-feira. "Está evidente que não existem alternativas para antecipar o cronograma", completou o presidente da agência reguladora.
Mesmo com a extensão do prazo em 60 dias, ele indicou que o prazo é curto e continua sendo desafiador para garantir a chegada dos filtros e a sua instalação devida.
Eventualmente, o 5G pode ser ativado antes de setembro em capitais onde a limpeza for concluída antes. A importação dos equipamentos continuará sendo monitorada, mas não estão descartados os riscos de novos atrasos.
O edital do leilão das faixas do 5G não prevê, entretanto, a concessão de prazos além desses 60 dias. "Se acontecer alguma coisa, a gente vai ter que ver como é que lida", disse Baigorri. "O Gaisp vai ter que montar um plano de contingência", acrescentou.
O prazo original para conclusão da limpeza da faixa e liberação para as operadoras era 30 de junho, com ativação do 5G para uso pela população até 31 de julho. Com o prazo adicional, as novas datas passam a ser de 29 de agosto e 29 de setembro, respectivamente, conforme esclarecido pela Anatel.
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