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Produção de veículos sobe 10,7% em maio e tem o melhor resultado mensal em 2022

De acordo com a Anfavea, a crise de abastecimento de peças para as montadoras tem ficado menos crítica, mas o setor ainda enfrenta gargalos; vendas subiram 27% em relação a abril

Foto do author Eduardo Laguna
Por Eduardo Laguna (Broadcast)
Atualização:

As montadoras fecharam o mês de maio com crescimento de 10,7% da produção sobre abril, chegando a 205,9 mil veículos fabricados, o melhor resultado do ano. O número foi divulgado nesta terça-feira, 7, pela Anfavea, a associação que representa a indústria automotiva, e mostra que o setor segue reagindo apesar dos gargalos de produção, sendo a falta de componentes eletrônicos o principal deles. 

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Na comparação com maio de 2021, houve alta de 6,8% na produção de veículos, entre carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus. Foi a primeira vez do ano em que a produção subiu no comparativo com 2021.

No acumulado do ano, período no qual 888,1 mil veículos foram montados no Brasil, o setor seguiu no vermelho, com queda de 9,5% contra os cinco primeiros meses de 2021.

Setor automobilístico segue reagindo apesar dos gargalos de produção, sendo a falta de componentes eletrônicos o principal deles Foto: Marcio Fernandes/ Estadão

A direção da Anfavea considera que a crise de abastecimento no setor tem se tornado menos crítica. "O problema de semicondutores ainda persiste, mas, devagar, a situação tem se tornado menos crítica na comparação com o mês anterior", afirmou Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea.

Ele ponderou, contudo, que as fábricas ainda enfrentam um "grande desafio" para manter o ritmo de produção. Desde o início do ano, 16 montadoras pararam por falta de peças, em especial componentes eletrônicos. A média foi de 20 dias de parada em cada uma, resultando em cerca de 150 mil veículos que deixaram de ser produzidos, após as 350 mil unidades perdidas em 2021, segundo estimativa da  Anfavea.

O presidente da Anfavea afirmou que os problemas de fornecimento não se resumem mais apenas aos semicondutores, cuja escassez representa o maior gargalo da indústria, incluindo agora também itens como borrachas, cabos e resinas. São materiais, observou, que vêm exigindo maior planejamento das montadoras.

Apesar disso, Leite afirmou que a indústria tem conseguido melhorar a oferta de produtos, o que permitiu um resultado que ele classificou como "impressionante" das vendas.

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As vendas de veículos também tiveram o melhor resultado no ano e subiram 27% na passagem de abril para maio, chegando a 187,1 mil unidades, entre carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus.

O resultado representa uma leve queda de 0,9% em um ano e ficou próximo do total vendido no mesmo período do ano passado. Com isso, o recuo das vendas no acumulado dos cinco primeiros meses do ano ficou em 17%, num total de 740 mil unidades.

O presidente da Anfavea destacou ainda que a demanda segue superando a oferta de carros, porém ele também demonstrou preocupação com impactos da alta dos juros no custo dos financiamentos. 

As exportações das montadoras, que têm a Argentina como principal destino, subiram 24,6% em maio ante igual período de 2021. Na comparação com abril, as exportações do mês passado – um total de 46,1 mil veículos – tiveram alta de 2,8%. 

Com isso, os embarques chegam a 198,9 mil unidades no total desde o início do ano, 19,4% a mais do que nos cinco primeiros meses de 2021.

Estoques

O aquecimento do mercado gerou uma redução dos estoques de veículos, que terminaram maio com 123,9 mil unidades, 5 mil a menos do que em abril. Segundo a Anfavea, esse estoque cobre 20 dias de venda. Um mês atrás, o giro estava em 21 dias. 

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O presidente da Anfavea observou que os estoques têm mostrado estabilidade em meio aos esforços das montadoras de manter a produção, apesar da irregularidade no abastecimento de peças.

O balanço da Anfavea mostrou também que as montadoras de veículos abriram 97 vagas de trabalho em maio, empregando no fim do mês 101,8 mil pessoas.