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ANP critica demora do governo em aprovar 11a rodada

Por Denise Luna (Broadcast)
Atualização:

O diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, Haroldo Lima, está preocupado com o cronograma da 11a rodada de licitações de áreas de petróleo, classificando como anormal a demora na formalização do leilão por parte do governo. Passados dois meses da reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) em 28 de abril, que decidiu pela realização do leilão, a presidente Dilma Rousseff ainda não assinou a autorização para publicação do edital, que já está pronto na autarquia. "Isso é absolutamente inédito. Nunca se demorou tanto a publicar o edital depois do CNPE autorizar", observou Lima em entrevista à Reuters nesta quinta-feira. Ele disse desconhecer o motivo do atraso, mas afirmou que "ouviu dizer" que a presidente teria pedido para ler com minúcia todo o material do leilão e "estaria muito ocupada". Pelas regras da ANP, o leilão é realizado 120 dias depois da publicação do edital. Segundo Lima, todo o cronograma do edital terá que ser revisto e a tendência é que fique mais para o final do ano, talvez novembro, uma época que o diretor não considera favorável. "Atraso de dois meses traz um certo problema, traz prejuízo. Nosso cronograma previa final de setembro começo de outubro, já não vai dar mais, está prejudicado", disse o executivo. "O final do ano já não é tão bom para leilão", completou. PETROLEIRAS Lima afirmou que muitas empresas do setor tem procurado a ANP com preocupações sobre o atraso na formalização do leilão. "Tem muita gente interessada em participar, estamos levando a leilão áreas de nova fronteira na margem equatorial, tem muito interesse", afirmou, descartando que o temor do governo seria um eventual fracasso da oferta, por não conter áreas do pré-sal da costa brasileira. Ele lembrou que a 11a rodada está concentrada na venda de blocos no Norte e Nordeste do país, regiões que precisam ser desenvolvidas. "Essa licitação vai trazer investimento para o norte e nordeste do Brasil. O Sudeste já tem o pré-sal, tem que levar riqueza para todas as áreas da Nação", disse Lima. A 11a rodada marcaria a retomada dos leilões do governo federal de áreas de petróleo. O último evento do tipo ocorreu em 2008, mas só com áreas em terra, menos atraentes. Entidades como o IBP (Instituto Brasileiro do Petróleo), que reúne petroleiras que operam no Brasil, dizem que a interrupção dos leilões afeta o planejamento de investimento das companhias no país.

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