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ANP descarta adiar 10a rodada e vê interesse de 'majors'

Por RODRIGO VIGA GAIER
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Apesar da crise econômica mundial que afeta a saúde financeira das empresas e a disponibilidade de crédito, a ANP vai manter para dezembro desse ano a realização da décima rodada de licitação de blocos. Segundo o diretor da agência, Victor Martins, mesmo com a crise a rodada está despertando o interesse de grandes petroleiras internacionais. "Em hipótese alguma pode ser adiada", disse o diretor da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis a jornalistas após evento promovido pela Association of International Petroleum Negotiators no Rio de Janeiro. A décima rodada vai ofertar apenas blocos em terra (de nova fronteira e maduros). "O nível de investimento é mais reduzido e não vejo uma correlação entre uma crise financeira que pode vir a ser econômica com a décima rodada... Acho até que poder um oportunidade para quem busca ativos mais consistentes e promissores", acrescentou o diretor da ANP. Victor Martins revelou que "majors" do setor de petróleo também estariam interessadas na rodada que será realizada em dezembro desse ano. "Não houve nenhum pedido de adiamento na ANP. O que está havendo é o interesse das onze maiores companhias internacionais que estão no Brasil. Elas foram na ANP e retiram as informações sobre a décima rodada", destacou o diretor da autarquia. "O perfil da rodada é de pequenas e médias (participantes), mas acho que uma política saudável de uma grande companhia internacional que atua no off shore brasileiro é se interessar pelo desenvolvimento de novas áreas no Brasil", acrescentou Martins, destacando que na reunião de diretoria da ANP dessa semana a rodada foi bem avaliada e os prognósticos teriam sido otimistas. UNITIZAÇÃO O diretor da ANP afirmou ainda que as discussões internas na ANP sobre as regras para a unitização de blocos de petróleo no país estão bem adiantadas e, até o fim do ano, a autarquia colocará o tema em consulta pública. Posteriormente, o tema será levado a audiência pública pela ANP. A Lei do Petróleo já prevê a unitização, ou seja, um acordo entre donas de blocos petrolíferos vizinhos quando o reservatório se extende além de cada propriedade. Com a descoberta do pré-sal, no entanto, alguns dos reservatórios já descobertos na bacia de Santos podem se estender para regiões ainda não licitadas pela ANP, de propriedade da União. A agência agora pretende aperfeiçoar as regras já existentes. "Imagino que em março (2009) está resolvido. É um bom prazo, depois do carnaval", previu "O tema é complexo e tem que prever uma disparidade de situações; ser flexível para acomodar situações; sólido para que não haja contestações e transparente como é o setor", afirmou. "O prazo é levar a consulta até o fim do ano por um prazo que o mercado possa avaliar e contribuir com o processo. Depois vem a audiência", finalizou o executivo.

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