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Após aquisições, JBS será líder global em vendas de carne

Por ROBERTO SAMORA
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O grupo brasileiro JBS, que anunciou na noite de terça-feira a aquisição de três empresas nos Estados Unidos e na Austrália, deverá assumir a liderança em vendas mundiais de carne bovina, assim que os órgãos antitrustre dos países aprovarem as transações. O JBS, que já é o maior do mundo em abates de bovinos, irá ampliar sua atuação nos EUA e Austrália com as compras por 1,68 bilhão de dólares das empresas norte-americanas National Beef e Smithfield Beef e da australiana Tasman. "Somos hoje os líderes em abate. E após a conclusão das aquisições nos tornaremos líderes em vendas do setor. Somente em termos de carne bovina, vamos ter vendas de 20 bilhões de dólares (anuais) e abates de 80 mil bois diariamente", afirmou o presidente do JBS, Joesley Mendonça Batista, em conferência com analistas e jornalistas. Segundo ele, a empresa registra atualmente 10 bilhões de dólares em vendas de produtos bovinos, contra cerca de 15 bilhões de dólares anuais da norte-americana Tyson Foods . "Considerando as atividades de suínos nos EUA (com vendas de 2 bilhões de dólares anuais), a empresa vai para 22 bilhões de dólares em vendas", acrescentou ele. Após a integração dos negócios, a empresa terá capacidade de abater 15 milhões de bois por ano, ou mais de 10 por cento do mercado oficial no planeta. Para fazer frente aos investimentos, a empresa fará uma subscrição privada de novas ações, no valor de cerca de 1,5 bilhão de dólares. Assim, o bloco controlador passará a deter cerca de 51 por cento, contra 63 por cento anteriormente. De acordo com Batista, todas as empresas juntas vão permitir sinergias de 150 milhões de dólares, em 18 meses após a consolidação do negócio. O presidente afirmou que, com as novas aquisições, a companhia terá uma base sustentável para vendas para todos os continentes. "Dessa forma, temos presença global, cada dia mais preparados para competir, para enfrentar as questões sanitárias e fazer das crises sempre uma oportunidade, o que tem sido o histórico nosso nos últimos anos." CRESCIMENTO ORGÂNICO Batista ressaltou que, com essas aquisições, "encerramos um novo ciclo que se iniciou através da compra da Swift (nos EUA)", em meados do ano passado. "Consideramos como uma estratégia cumprida", disse ele, lembrando que a empresa atua da maneira que gosta, "adquirindo empresas com "maus resultados para fazê-las produzir bons resultados". Depois de um processo de compras que envolveram grandes frigoríficos nos Estados Unidos, Austrália e Argentina, desde que iniciou a sua expansão internacional, o JBS pretende manter a liderança nas vendas sem novas aquisições de vulto. "Para os próximos anos, temos como meta o foco em melhorias operacionais, nos ganhos de sinergia, e seguiremos crescendo organicamente", disse Batista. O presidente afirmou ainda que, após a aprovação das autoridades antitruste, "vamos assistir em 2009 uma integração muito grande das três empresas, os custos de integração não são relevantes o ponto de comprometer o nosso plano." O JBS comprou operações da National Beef por 970 milhões de dólares, sendo 410 milhões em dívidas. As operações de bovinos da Smithfield foram adquiridas por 565 milhões de dólares, com quatro frigoríficos nos EUA, incluindo a subsidiária Five River, com dez confinamentos, a maior do setor norte-americano. "E curiosamente, dos dez confinamentos, 60 por cento já fornecem à Swift, ou seja, vai ter uma boa sinergia a ser capturada nesse negócio." O Tasman Group, que opera no sul da Austrália, do mesmo lado onde o JBS já opera, foi comprado por 150 milhões de dólares. "Temos forte chances (de ver a aprovação) e só por isso estamos fazendo o negócio, contamos com aprovação de 100 por cento." O National Beef teve vendas de 5,6 bilhões de dólares no último ano fiscal. Entre as unidades compradas, três plantas de abate com capacidade para 14 mil bois/dia. "National Beef tem se mostrado a empresa com melhores resultados do setor, enxuta, que performa sempre melhor do que os concorrentes...". O Smithfield opera com quatro abatedouros, para 2 mil cabeças/dia, e vendas de 2,8 bilhões de dólares. Já a Five Rivers produz 2 milhões de cabeças por ano. A Tasman teve vendas de 465 milhões de dólares no ano fiscal, com abates diários de 2,7 mil cabeças/dias, e possui também abate de ovinos.

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