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Após safra menor, exportação de café verde do Brasil cai 9,2%

Por ROBERTO SAMORA
Atualização:

As exportações de café verde do Brasil no ano comercial 2007/08 (julho/junho) fecharam o período em 23,86 milhões de sacas (60 kg), queda de 9,2 por cento ante as 26,27 milhões de sacas na temporada anterior, informou nesta sexta-feira o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). As exportações de café verde do Brasil em junho somaram 1,56 milhão de sacas, queda de 13,6 por cento em relação ao volume de 1,81 milhão de sacas embarcadas no mesmo mês do ano passado. "Estamos encerrando uma safra pequena. Agora estamos vivendo uma outra safra, mais generosa, que está em processo de colheita e já está entrando no mercado", afirmou o diretor-geral do Cecafé, Guilherme Braga, em comunicado. Em 2007/08, o Brasil produziu, segundo o Ministério da Agricultura, 33,7 milhões de sacas. A safra 2008/09, cuja colheita já começou, está oficialmente estimada em 45,5 milhões de sacas, uma vez que o maior produtor mundial agora está no período de alta do ciclo bianual do café arábica. Na safra 2007/08, o Brasil exportou 22,13 milhões de sacas de café arábica, contra 24,78 milhões em 2006/07, quando a temporada foi de alta no ciclo dessa variedade. Já a exportação de café verde do tipo robusta em 07/08, quando o Brasil colheu uma boa safra, foi de 1,72 milhão de sacas, contra 1,48 milhão de sacas em 2006/07. As exportações totais na temporada 2007/08, incluindo o equivalente em café solúvel, somaram 27,2 milhões de sacas, ante 29,4 milhões em 06/07. Com melhores preços em 07/08, no entanto, as exportações renderam mais ao Brasil neste período, na comparação com o anterior. A receita com os embarques totais foi de 4,11 bilhões de dólares, alta de 10,6 por cento ante os 3,71 bilhões registrados em 06/07. Para 2008/09, o Cecafé avalia que as exportações, em volumes, poderão pelo menos alcançar o patamar de 06/07, ficando em cerca de 29 milhões de sacas, incluindo solúvel. De janeiro a junho de 2008, a Alemanha se manteve como o principal destino do café verde brasileiro, recebendo 2,13 milhão de sacas. No entanto, tanto Alemanha como Estados Unidos e Itália, segundo e terceiro principais destinos do café verde brasileiro, reduziram as compras na comparação com o ano passado. Para Alemanha, as exportações no acumulado do ano caíram 16,6 por cento em relação ao primeiro semestre de 2007, ao passo que as vendas para Estados Unidos caíram 10,2 por cento (para 1,7 milhão) e para Itália tiveram queda de 9,9 por cento (para 1,3 milhão). Em contrapartida a Bélgica, que ocupa o quarto lugar na lista dos maiores importadores de café, apresentou um aumento de 69,05 por cento nas importações, recebendo 1,05 milhão de sacas. NEGÓCIOS LENTOS O ritmo lento de colheita e a redução dos estoques no Brasil estão influenciando de maneira negativa as exportações neste início de safra 2008/09, avaliou nesta sexta-feira o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). "O mercado de café arábica esteve mais lento nos últimos dias. Apesar de haver procura por parte de compradores, vendedores se recusaram a comercializar o grão pelos baixos preços oferecidos", informou o Cepea em um relatório. Sem negociações, cafeicultores deram maior atenção ao andamento da colheita do arábica, destacaram os analistas. "Não só as negociações internas estiveram fracas, como também os embarques." A colheita está atrasada devido a floradas tardias, o que resultou em uma maturação mais irregular da safra. Na quinta-feira, o Indicador Cepea/Esalq do arábica bica corrida, tipo 6, bebida dura para melhor, fechou a 262,39 reais por saca, queda de 0,91 por cento ante valor da semana passada.

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