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Àreas de exploração e produção terão US$ 127,5 bi do total (57%)

Os investimentos no pré-sal somam 45% desse montante para o período

Por Monica Ciarelli (Broadcast), Kelly Lima e da Agência Estado
Atualização:

O plano de negócios da Petrobrás de 2011 a 2015, divulgado há pouco, prevê investimentos de US$ 127,5 bilhões para o segmento de Exploração e Produção (E&P), cifra que responde 57% de todo o orçamento previsto pela estatal no período. No último plano, com vigência entre 2010 a 2014, a companhia estimava um valor menor de US$ 118,8 bilhões para esta área, o que correspondia a 53% do total orçado.

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A maior parte dos recursos destinados ao segmento de Exploração e Produção vai para atividades no Brasil (US$ 117,7 bilhões), sendo 65% para desenvolvimento da produção, 18% para exploração e 17% para infraestrutura.

Pré-sal

Os investimentos no pré-sal correspondem a 45% do valor orçado para E&P no Brasil e aproximadamente 50% do montante reservado ao desenvolvimento da produção. Segundo a estatal, a participação do pré-sal na produção nacional de petróleo passará da estimativa de 2% em 2011 para 40,5% em 2020.

No plano, a Petrobrás explica que o aumento da participação da produção do pré-sal na curva de produção está relacionado aos maiores investimentos nesses ativos e, principalmente, a elevada eficiência já comprovada nos Testes de Longa Duração (TLD) e projeto piloto de Lula. O primeiro poço a produzir em escala comercial no pré-sal do campo de Lula já é o poço mais produtivo da Companhia.

Em relação aos blocos da Cessão Onerosa, a Petrobrás considera a perfuração de dez poços exploratórios, contemplados pelo programa exploratório mínimo exigido em contrato, e a entrada em produção do primeiro FPSO da área em Franco 1, com capacidade de produção de 150 mil boed em 2015. Além do desenvolvimento dos projetos que já integravam a carteira do segmento, a companhia também considera impulsionar o Projeto Varredura, cujo objetivo é o mapeamento de oportunidades exploratórias próximas a infraestrutura existente ou passível de remanejamento. Foram mapeados 284 prospectos nas Bacias de Espírito Santos e Campos e as descobertas nessas áreas já apresentaram uma estimativa de volume recuperável de pelo menos 2.235 milhões de barris de óleo.

Refino

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No segmento de Refino, Transporte e Comercialização os investimentos previstos somam US$ 70,6 bilhões até 2015. A Petrobrás não entrou em detalhes na divulgação do plano sobre a manutenção dos cronogramas das refinarias, sobre os quais recaíam a maior expectativa de alteração para reduzir os valores a serem investidos. Em relação ao ano anterior, houve redução dos investimentos na área de refino de 4%, ou o equivalente a US$ 3 bilhões.

Segundo nota da companhia, os investimentos previstos visam a expansão da capacidade de refino de forma a atender a totalidade da demanda esperada no mercado nacional de derivados. "A expectativa é de um forte crescimento da demanda doméstica, de aproximadamente 3,8% ao ano no cenário base e 4,5% no cenário alternativo até 2020, como consequência do crescimento esperado da economia brasileira", diz a nota da estatal.

A companhia destacou que do total, US$ 35,4 bilhões (50,1%) estão sendo alocados na ampliação do parque de refino. Essa dinâmica requer investimentos não apenas em novas unidades, mas também em melhoria operacional, ampliação de frota e logística (US$ 17,6 bilhões). Os investimentos em qualidade de derivados (redução de enxofre) totalizam aproximadamente US$ 16,9 bilhões entre 2011 e 2015, e visam concluir os investimentos necessários para atender a legislação local.

Com relação ao aumento da capacidade de processamento de petróleo, a companhia afirmou que metas específicas de redução de custo na construção das novas refinarias foram definidas e "devem ser alcançadas na elaboração dos projetos de construção e pelo programa de redução de custos operacionais".

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Já com relação ao segmento petroquímico, que conta com US$ 3,8 bilhões de investimentos para o período do Plano, está mantida a estratégia de ampliar a produção de petroquímicos e de biopolímeros através de participações societárias.

Gás e Energia

O segmento de Gás e Energia foi o que recebeu o maior corte no plano. A área receberá US$ 13,2 bilhões, ou 25,8% a menos do que no plano anterior. Segundo nota da estatal, com a conclusão da implementação de um primeiro ciclo de investimentos visando a consolidação da infraestrutura de transporte do gás, os novos recursos serão direcionados para o segundo ciclo de forma a assegurar ao mercado o gás associado à produção de petróleo, particularmente à produção do Pré-sal.

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A maior parte dos investimentos no setor, aproximadamente US$ 9 bilhões, visa atender o mercado consumidor, incluindo ampliação das térmicas a gás e das plantas de transformação química do gás natural em fertilizantes. Os demais investimentos estão direcionados principalmente à construção de terminais de regaseificação de GNL e de liquefação/processamento de gás natural.

A expectativa da área é chegar a 2015 com uma oferta de 78 milhões de metros cúbicos por dia de gás nacional, ante os 55 milhões previstos para este ano. Para 2020 a previsão é de ofertar 102 milhões. A companhia também previu o aumento de 20 milhões de metros cúbicos por dia na oferta de terminais de regaseificação, passando dos atuais 21 milhões para 41 milhões. COnsiderando a oferta destes terminais mais os 30 milhões de metros cúbicos por dia vindos da Bolívia, a companhia deve elevar a oferta total no país dos atuais 106 milhões de metros cúbicos diários para 149 milhões em 2015 e 173 milhões em 2020.

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