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Arezzo anuncia compra da marca Carol Bassi por R$ 180 milhões

Aquisição faz parte da tentativa da calçadista de se firmar no mundo da moda, desta vez no feminino; empresa já havia tentado comprar a Hering, sem sucesso

Foto do author Fernando Scheller
Foto do author Fernanda Guimarães
Por Fernando Scheller e Fernanda Guimarães
Atualização:

A Arezzo continua a demonstrar seu apetite por aquisições, conforme operação anunciada ao mercado nesta terça-feira, 30. A calçadista, que nos últimos tempos vem tentando se reinventar como uma companhia completa de moda, adquiriu a marca Carol Bassi, por R$ 180 milhões, sendo R$ 50 milhões pagos à vista e o restante em parcelas em até três anos. O total da operação pode chegar a R$ 220 milhões, caso certos objetivos de faturamento sejam alcançados. 

O negócio marca a entrada da Arezzo em moda feminina, depois da compra da Reserva, de roupas masculinas, em 2020. A busca por negócios de confecção se mostra firme. No início de 2021, a Arezzo chegou a disputar a compra da Hering. Ao oferecer R$ 3 bilhões pelo ativo, acabou perdendo a briga para o Grupo Soma (dono da Farm e da Animale), que avaliou a tradicional confecção em mais de R$ 5 bilhões. A Arezzo é dona de marcas de calçados como Anacapri, Schutz e Alexandre Birman.

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“Estamos em um momento de inflexão, dobrando nosso mercado (em potencial)”, afirmou o presidente da Arezzo & Co, Alexandre Birman, ao Estadão.  O mercado de vestuário feminino para a alta renda movimenta cerca R$ 15 bilhões ao ano no Brasil, segmento disputado, por exemplo, pelo Grupo Soma, que também tem demonstrado apetite em aquisições.

Para a Arezzo, empresa conhecida por sua atuação no mercado de calçados femininos, há várias sinergias com a empresa agora adquirida. “Algumas sinergias são mais fáceis, como a criação de uma linha de calçados e bolsas para a Carol Bassi.” 

Birman frisa que as negociações com a Carol Bassi começaram há um ano, mas engataram de fato ao longo dos últimos dois meses. A assinatura do negócio ocorreu na manhã de hoje na sede do escritório BMA, com a presença dos pais de Carol, Arnaldo e Anna, fundadores da marca Guaraná Brasil.

“Agregando a Carol Bassi estamos trazendo algo que a gente não tinha, que é a moda feminina, mas há outras facetas que nos deixam mais confiantes. Ela não é uma blogueira dos anos 2000. Ela também é isso, mas ela nasceu numa confecção”, frisou Birman.  “Acreditamos muito na capacidade associativa." Nas aquisições da Arezzo o modelo tem sido de troca de ações, mantendo os fundadores das empresas no negócio.

O presidente da Arezzo disse que não pode garantir que outra aquisição será anunciada num curto espaço de tempo, mas garante que a empresa seguirá ativa na construção de seu ecossistema de moda. “Estamos construindo um mosaico e isso não tem fim. Essa é a diferença entre um quebra-cabeça e um mosaico. O quebra-cabeça você constrói para chegar a uma determinada foto. Já o mosaico é algo que vai se construindo”, disse.

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Fundadores no dia a dia

A sócia Anna Carolina Bassi e o administrador Caio Campos (marido de Carol) deverão permanecer vinculados contratualmente à marca pelo menos até o exercício social de 2025, conforme o fato relevante da operação. A Carol Bassi é uma marca de alto padrão que foi criada dentro do negócio dos pais da fundadora, a Guaraná Brasil, marca que fez sucesso no País na década de 1990.

Segundo o fato relevante da Arezzo, a Carol Bassi tem potencial para entregar receita bruta de R$ 110 milhões e uma geração de caixa (medida pelo lucro antes de juros, impostos, amortizações e depreciações) de R$ 32 milhões até o fim de 2022. O escritório Stocche Forbes assessorou a Arezzo & Co na operação. O Itaú BBA e a BMA Advogados trabalharam pela Carol Bassi.

Loja da Arezzo; acalçadistavem tentando se reinventar como uma companhia completa de moda. Foto: Arezzo/Divulgação
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