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Argentinos brindam pelo sucesso do Malbec e celebram seu ‘dia mudial’

As adegas do país, reunidas no Wines of Argentina, organizam 70 eventos em 60 cidades em todo o mundo para brindar com Malbec

Por Ariel Palacios e correspondente
Atualização:

BUENOS AIRES - Empresários do setor vinícola da Argentina estão em grande festividade em diversos pontos do planeta para celebrar nesta quarta-feira, 17, o Dia Mundial do Malbec, variedade de vinho que transformou-se nas últimas duas décadas no vinho argentino por excelência. As adegas do país, reunidas no Wines of Argentina, organizam hoje 70 eventos em 60 cidades em todo o mundo para brindar com Malbec, esta variedade de uva que foi arrasada da França por epidemias mas sobreviveu na Argentina, onde prosperou.

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O Dia Mundial do Malbec é festejado em São Paulo, Beijing, Nova York, Londres, entre outras cidades, além da própria Mendoza, província onde estão 86% dos vinhedos de Malbec na Argentina. Em Shanghai o evento promete ser em grande estilo, com 500 convidados VIP, em uma festa patrocinada pelo Comercial Bank of China (ICBC).

Motivos para festejos existem de sobra, já que desde a virada do século esta uva dobrou sua superfície cultivada na Argentina. Atualmente representa 15,3% do total dos vinhedos em todo o país, ocupando 33.864 hectares. Isto indica um aumento de superfície plantada de 107% em comparação com o ano 2000. Mas, se comparada com a terra cultivada há duas décadas, o aumento é de 240%, segundo dados do Instituto Nacional Vinícola (INV).

Dentro do consumo dos varietais no mercado argentino, este vinho representa 31%, já que o Malbec adapta-se bem a dois pontos fortes da mesa cotidiana dos argentinos: carne bovina e pasta.

A proporção do Malbec nas vendas ao exterior também aumentou. Em 2012 representou 41% dentro do total dos vinhos Made in Argentina exportados em garrafas.

Nos últimos dez anos as exportações de Malbec subiram de US$ 50 milhões para US$ 421 milhões. No ano passado a Argentina vendeu ao exterior 1,02 milhões de hectolitros de Malbec, volume que representou um aumento de 12% em relação a 2011.

Desde os anos 90 a Argentina tornou-se conhecida no mundo como o "país do Malbec", já que esta variedade de uva, que chegou ao país no dia 17 de abril de 1853, importada pelo presidente Domingo Faustino Sarmiento, foi parcialmente devastada por geadas há seis décadas na França, sua pátria-mãe. Mas, sobreviveu e espalhou-se na Argentina, transformando-se, praticamente, no "vinho nacional" deste país.

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No final dos anos 80 e início dos 90 várias adegas "redescobriram" o Malbec, entre as quais a Weiner e a Trapiche. Segundo o empresário vinícola Antonio Mas, da adega Finca Propia, "o Malbec deu identidade à Argentina no mundo dos vinhos".

No final dos 90 o mundialmente influente enólogo e empresário francês Michel Rolland começou a apostar no Malbec argentino, dando um impulso adicional à esta variedade, que desde a virada do século vive um boom no país e no resto do mundo.

Atualmente, adegas francesas - inclusive as de Cahors, região original desta uva na França - importam esse vinho da Argentina, considerado pelos enólogos como o melhor Malbec do mundo.

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