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Arrecadação de leilão de petróleo da ANP bate recorde

Valor ficou em R$ 2,8 bi; Total, Petrobrás e BP deram R$ 346 milhões por um bloco de exploração, a maior cifra já paga no Brasil

Por Fernanda Nunes , Monica Ciarelli (Broadcast), Sabrina Valle e da Agência Estado
Atualização:

 

Texto atualizado às 21h

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RIO - Após cinco anos sem ofertar novas áreas para exploração de petróleo e gás, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) encerrou a 11.ª rodada de licitações com forte interesse do setor privado, que arrematou dois terços dos 155 mil quilômetros quadrados ofertados. Doze petroleiras do Brasil e 18 do exterior pagaram um recorde de bônus de assinatura pelas concessões: R$ 2,823 bilhões, superando os R$ 2,1 bilhões da 9.ª rodada, em 2007.

"Foi um sucesso assombroso", resumiu a diretora-geral da ANP, Magda Chambriard, destacando recordes da rodada. "Estamos extremamente satisfeitos, o resultado superou nossas expectativas de arrecadar R$ 2 bilhões."

O valor pago pelas empresas na assinatura dos contratos ficou 797% acima do mínimo exigido pela ANP. Foram arrematados 142 dos 289 blocos ofertados com investimentos mínimos de cerca de R$ 7 bilhões, um ágio de 628% em relação ao mínimo requerido.

A Petrobrás foi a empresa que mais venceu lances, mas com novo perfil. Preferiu parcerias, especialmente nos blocos mais caros em alto mar, e abriu mão de ser operadora na maioria deles. A maior ausência foi das empresas asiáticas, que não arremataram áreas, frustrando expectativas. A brasileira HRT, que perdeu a liderança de Marcio Mello nesta semana, tampouco fez lances.

O consórcio formado por Total (40%), Petrobrás (30%) e BP (30%) levou o bloco FZA-M-57, no Foz do Amazonas, com bônus de assinatura recorde de R$ 345,9 milhões, o maior já ofertado em todas as rodadas feitas pela ANP. A operadora será a Total.

Destaque. Já a OGX surpreendeu ao fazer várias ofertas, apesar de enfrentar uma crise de confiança e dificuldades para geração de caixa. Era da OGX o recorde de valor pago por um bloco (R$ 344 milhões), mas apesar de ter sido ousada no passado a companhia não encontrou petróleo como esperava.

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Uma parcial com 8 das 11 bacias ofertadas mostrou que a petroleira levou 13 blocos, sendo 10 sozinha. A ANP ainda não fechou o balanço total do evento com blocos por empresa. As ações da OGX reagiram com alta de 5,39%.

O leilão também marcou a volta da ExxonMobil ao Brasil, com dois blocos. A estrangeira terá parceria com a OGX, o que o presidente do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), João Carlos de Luca, considerou "mostrar respeito" à empresa brasileira. De Luca e Magda disseram que o resultado desse leilão mostra o apetite das empresas e dá uma mostra da disposição que o empresariado terá nas duas próximas rodadas deste ano, uma de gás, em outubro, e a do pré-sal, em dezembro.

Para Magda, OGX e Queiroz Galvão (QG) se consolidam, após este leilão, como operadoras de águas profundas. A QG preferiu entrar em parcerias.

A Chevron, responsável pelo acidente no Campo de Frade, teve atuação discreta. Já a Petra Energia focou no gás em terra e teve atuação agressiva, fazendo lances por bacias inteiras e levando pelo menos 26 blocos.

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Empresas como BP, Total e Petrogal entraram em grandes blocos em parceria com a Petrobrás. Estão entre as que mais gastaram recursos. Petrogal e Total levaram pelo menos dez blocos cada. BG venceu dez blocos na bacia de Barreirinhas, sendo nove em águas profundas. A empresa, que não era operadora no Brasil, vai operar todos os dez blocos arrematados. "Escreve aí que a gente está muito feliz", disse o presidente da BG no Brasil, Nelson Silva.

Magda disse que as áreas não licitadas poderão voltar nos próximos leilões. A rodada também teve novas empresas, como a Ouro Preto, que tem em seus quadros Rodolfo Landim, ex-braço direito de Eike Batista. Levou três blocos sozinha.

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