O plano de recuperação da Atvos, apresentado ontem à noite ao Tribunal de Justiça de São Paulo, prevê pagamento de parte da dívida de R$ 15,5 bilhões com dividendos gerados pela empresa, com títulos de dívida emitido pela empresa e com participação na companhia. Em nota, a empresa de açúcar e álcool do grupo Odebrecht afirmou que prevê a “transferência de parte da dívida das unidades operacionais, o que possibilitará reduzir de seis para menos de três vezes o valor da dívida líquida da empresa em relação ao seu Ebitda”. O pedido de recuperação judicial da empresa foi feito em maio.
Essa mudança inclui os valores devidos às instituições financeiras que representam 92% do total da dívida, explica a empresa, em nota. Segundo fontes ligadas à companhia, 60% da dívida será paga com dividendos, obedecendo os prazos de carência. Os demais 40% permanecem como dívida, com pagamentos parcelados.
Como determina a lei, os créditos trabalhistas terão prioridade. A empresa se compromete a quitar os valores em até 12 meses. Em relação aos fornecedores e parceiros agrícolas, a empresa propõe que o pagamento seja realizado em até três anos. A proposta para os credores com garantia real é pagar o montante em duas tranches. A primeira, correspondente a 65% do montante, têm carência de 5 anos para pagamento do principal e de 3 anos para os juros. A segunda, correspondente a 35% do montante, será paga com títulos de dívida da Atvos ou com participação na empresa.
Para os credores financeiros, sem garantia real, o plano também prevê duas tranches. O pagamento de 25% ocorreria com período de carência de cinco anos para pagamento do valor principal e de três anos para pagamento de juros. Em ambos os casos haverá parcelamento do montante.
De acordo com a empresa, a proposta enviada ao tribunal “fortalece a estrutura de capital da empresa e viabiliza investimentos de R$ 1,1 bilhão por ano-safra”, o que assegura algumas operações, “assim como o compromisso com os mais de 10 mil empregados, suas famílias, comunidades, parceiros, fornecedores e clientes”.
Segundo a proposta da companhia, o equilíbrio financeiro, que prevê um caixa mínimo consolidado de R$ 800 milhões a ser verificado anualmente, permitirá à Atvos seguir com seu plano de negócios. O plano ainda precisa ser aprovado pelos credores.
O 'Estadão/Broadcast' publicou no mês passado que o fundo credor Castlelake tem interesse em ficar com a empresa.