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Autoridades europeias estudam alavancar fundo de estabilidade

O ministro de Finanças da Alemanha, no entanto, nega a existência de planos para ampliar volume da EFSF

Por Gustavo Nicoletta (Broadcast), Álvaro Campos e da Agência Estado
Atualização:

Lourenzo Bini Smaghi, membro do conselho executivo do Banco Central Europeu (BCE), afirmou nesta segunda-feira, 26, em Nova York que as autoridades da zona do euro já estão analisando formas de expandir os recursos da Linha de Estabilidade Financeira Europeia (EFSF, na sigla em inglês). Segundo ele, a possibilidade de aumentar o poder de fogo do fundo, de maneira similar ao esquema utilizado pelos EUA durante a crise financeira de 2008, já está sendo estudada. Uma EFSF alavancada poderia ser utilizada para "auxiliar bancos e países", comentou. De acordo com Smaghi, a zona do euro já adotou passos importantes para resolver a crise da dívida, ao expandir os poderes da EFSF, mas é necessário fazer mais para renovar a confiança dos investidores. Essa visão é compartilhada por outro membro da diretoria do BCE, o presidente do banco central de Luxemburgo, Yves Mersch. Ele afirmou hoje que a zona do euro deve fortalecer suas ferramentas anti crise e reformular os tratados europeus para superar a crise da dívida soberana. Mas Mersch alertou que dar uma licença de banco para a EFSF não vai curar todos os problemas da zona do euro. "Como um banco público, a EFSF teria de se submeter à legislação geral para os bancos", como atingir níveis mínimos de capital Tier 1 e evitar riscos, comentou. Em uma reunião de cúpula realizada em 21 de julho, os líderes da zona do euro concordaram em expandir a EFSF, que assim poderá comprar bônus governamentais no mercado secundário, ampliar linhas de crédito preventivas para países que enfrentam dificuldades financeiras e recapitalizar bancos. Já Smaghi lembra que o fundo não é a única ferramenta disponível para recapitalizar os bancos da região. "Os países da zona do euro são ricos. Eles têm ativos. Não é tão complicado encontrar dinheiro para recapitalizar os bancos". Mersch também afirmou que o BCE tem espaço para cortar a taxa básica de juros se a economia da zona do euro se deteriorar significativamente. Em relação ao programa de compra de bônus do banco central, ele disse que a abrangência da oposição pública na Alemanha foi subestimada quando eles decidiram retomar essas aquisições. 

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De acordo com informações da CNBC, que citou como fonte uma autoridade financeira da Europa, o plano já encontra-se num estágio avançado. A fonte ouvida pela rede de notícias disse ainda que as autoridades estão apenas esperando os países da zona do euro aprovarem algumas mudanças na EFSF para anunciarem o plano em detalhes.

O ministro de Finanças da Alemanha, Wolfgang Schaeuble, afirmou, no entanto, que não existem planos para impulsionar o tamanho da EFSF. "Nós estamos dando (à EFSF) as ferramentas para que ela possa funcionar, se necessário", comentou Schaeuble em uma entrevista para a emissora de televisão NTV. "Então nós vamos utilizá-la efetivamente. Mas nós não temos intenção de ampliar o volume", acrescentou. As informações são da Dow Jones.

(Texto atualizado às 17h36)

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