25 de janeiro de 2011 | 18h29
O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e região informou que as demissões atingiram todos os setores e todas as unidades das fábricas, representando 16% do quadro total de funcionários, o que configura demissão em massa. Antes dos cortes, a empresa possuía 1.100 trabalhadores.
Segundo o diretor executivo do sindicato, José Donizetti de Almeida, amanhã o presidente em exercício da entidade, Herbert Claros, estará em Brasília para cobrar um posicionamento do Ministério da Defesa e da Casa Civil. "O processo de transição atrapalha a definição do programa, pois há uma verdadeira paralisia no governo", criticou. O sindicato já esteve em Brasília por duas vezes, no ano passado, na tentativa de desencalhar o andamento do processo do Astros 2020 e com a proposta de estatização da empresa.
"A Avibras é culpada porque não fez qualquer discussão com o sindicato e se recusa a conversar sobre a suspensão dos cortes, agindo de forma unilateral. Mas o governo federal também tem sua responsabilidade. Vamos exigir uma atitude imediata contra as demissões", afirma o diretor.
A empresa aceitou garantir estabilidade para os demais trabalhadores até 5 de março, mas poderá haver um protesto em Brasília, na primeira semana de fevereiro, caso as negociações com o governo não avancem. "Queremos evitar isso, mas se for preciso levaremos dois ônibus com trabalhadores a Brasília para pressionar", admitiu Almeida. Além da estabilidade por 45 dias, a Avibras também se comprometeu em dar prioridade aos demitidos em caso de reabertura de vagas.
No final de 2010, a Avibras recebeu um empréstimo de R$ 12 milhões do governo federal para ajudar na recuperação da saúde financeira da empresa. Almeida alega que este dinheiro está sendo usado para pagar as demissões. "É dinheiro público que não poderia ser utilizado para esse fim". Procurados pela reportagem para falar sobre as demissões, nem a Avibrás nem o Ministério da Defesa quiseram se pronunciar sobre o assunto.
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