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Aviões da ITA começam a ser devolvidos

Negociação com donos das aeronaves foi amigável; dono do grupo Itapemirim tenta vender aérea

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Por Luciana Dyniewicz
Atualização:

Pouco mais de um mês após suspender “temporariamente” suas operações, a ITA, companhia aérea do grupo Itapemirim, começou a devolver suas aeronaves para os arrendadores. A negociação com as empresas proprietárias dos aviões foi amigável e a devolução de todos os jatos deve ocorrer em até 15 dias, segundo apurou o Estadão. Nesta semana, dois aviões já deixaram o País.

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A ITA, porém, nega que essas duas aeronaves tenham sido entregues aos arrendadores definitivamente e afirma que foram enviadas aos Estados Unidos para manutenção. “O deslocamento se dá em razão de as empresas responsáveis pela manutenção não estarem atuando no Brasil”, afirmou a companhia aérea em nota. “Basta observar que, se fosse o caso de qualquer rompimento, as aeronaves seriam arrestadas por eles (os arrendadores). Neste caso, a própria ITA, por seus pilotos, está levando os aviões até os Estados Unidos”. A empresa, cuja frota era composta por sete jatos, destacou ainda que, “tão longo estejam prontas, essas aeronaves retornarão ao Brasil para operar o serviço oferecido pela ITA”. 

Ainda não há uma definição se os três arrendadores entrarão na Justiça contra a ITA para receber os valores devidos. Antes de suspender a operação, havia pouco mais de um mês que a empresa aérea não os pagava. A tendência, segundo uma fonte, é que não haja disputa judicial, dado que a probabilidade de algum valor ser pago é considerada muito baixa.

Nesta semana, dois aviões da ITA foram enviados aos EUA Foto: Itapemirim/Divulgação

O dono do grupo Itapemirim, Sidnei Piva, vem tentando vender a companhia aérea. “Estamos em negociação com vários investidores para aquisição de parte da empresa ou 100%”, informou a ITA. O mercado, porém, não vê valor na aérea, de acordo com fontes. Ao contrário da Avianca Brasil, que teve seus slots (horários de pouso e decolagem nos aeroportos) disputados pelas concorrentes, a ITA tem apenas um par de slots no aeroporto de Congonhas com validade até março. No Santos Dumont, outro aeroporto disputado pelas aéras, a empresa não possui nenhum. Assim,  ela é considerada uma companhia apenas com passivo e dívida trabalhista.

A maior parte dos tripulantes da ITA não recebeu o pagamento de dezembro. Alguns também não receberam o salário de novembro. Diárias de alimentação, vale alimentação e recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) estão atrasados. A companhia diz estar trabalhando para pagar todas as pendências salariais ainda neste mês.

No começo deste mês, o Ministério Público de São Paulo pediu à Justiça que bloqueie os bens do empresário Sidnei Piva e decrete a falência da Viação Itapemirim e da ITA Transportes Aéreos.

Transporte urbano

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O braço de transporte urbano do Grupo Itapemirim também sofreu um revés nesta sexta-feira, 21. A prefeitura de São José dos Campos (SP) anunciou a rescisão dos contratos que tinha com a empresa para realização de transporte coletivo. De acordo com a prefeitura, a companhia não apresentou prova de aquisição de frota, prevista para ser entregue em 3 de janeiro.

Dois contratos entre a Itapemirim e a prefeitura de São José dos Campos haviam sido assinados, um em 31 de agosto do ano passado e outro em 12 de dezembro. O primeiro obrigava a empresa a trabalhar com veículos 100% elétricos. Em ambos, a previsão era que a Itapemirim começasse a operar a partir de maio.

Em nota, a companhia informou que “respeita, mas discorda da decisão, lembrando que a prefeitura, concedeu prazo de cinco dias úteis para nova manifestação da Itapemirim”.

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