PUBLICIDADE

Bahia planeja construir 15 novos frigoríficos até 2011

Por Suzana Inhesta
Atualização:

O Estado da Bahia terá até março de 2011 mais 15 frigoríficos, além dos 30 hoje em funcionamento. A construção, prevista em convênio assinado pela Secretaria de Agricultura com 15 prefeituras, prevê uma capacidade adicional de abate de 30 a 100 animais por dia, por unidade. Em entrevista à Agência Estado, o secretário estadual da Agricultura, Eduardo Salles, disse que a abertura dessas novas plantas deve reduzir o abate clandestino no Estado, hoje equivalente a 37% do total, e estimular a produção da agricultura familiar, que abastecerá as empresas.Segundo dados da secretaria, a Bahia possui 665 mil agricultores familiares, 14% de todo contingente do País, e rebanho de 11 milhões de cabeças de gado. "Metade da nossa pecuária está na agricultura familiar e, para abater os animais os proprietários viajam cerca de 500 quilômetros de suas fazendas, o que fica muito caro", explicou Salles. "Mapeamos o rebanho, detectamos os ''buracos negros'' e implantaremos os frigoríficos nas regiões destes produtores."Dez frigoríficos com capacidade de abate de 30 animais por dia serão construídos nos municípios de Itanhém, Barra, Santa Rita de Cássia, Medeiros Neto, Valente, Iguaí, Araci, Itaberaba, Jaguaquara e Paramirim. O custo por unidade deste porte será de R$ 1,2 milhão. Já os outros cinco frigoríficos com capacidade de abate de até 100 animais por dia ficarão nas cidades de Bom Jesus da Lapa, Valença, Remanso, Morro do Chapéu e Itabuna e terão investimentos de R$ 1,7 milhão a R$ 1,8 milhão cada um. Os recursos serão financiados pelos governos estadual e federal.As plantas dos frigoríficos, inspiradas em um projeto existente no Rio Grande do Norte, têm abate voltado para bois, mas possui módulos flexíveis para ovinos, caprinos e suínos. Também insere características culturais baianas, como o aproveitamento das vísceras brancas e vermelhas, usadas em pratos como dobradinha e sarapatel. A gestão das unidades será feita por cooperativas, com a participação de pecuaristas, prefeituras e de marchantes, a exemplo do que já acontece com o projeto potiguar. A ideia é que não fique tudo na mão do governo e que os frigoríficos tenham perenidade.Para o presidente da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), Péricles Salazar, a iniciativa do governo da Bahia é positiva para o produtor, o consumidor e a economia do Estado. "Se a intenção é combater o abate clandestino, com a legalidade, a construção de novos frigoríficos pode ajudar na arrecadação dos impostos do Estado", disse. "Mas o mais importante é que esses locais sejam fiscalizados sanitariamente por médicos e inspetores veterinários do governo baiano para garantir a qualidade dos produtos."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.