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Banco do Brasil terá R$ 180 bilhões para infraestrutura

Por Mauro Zanatta
Atualização:

Dono da maior carteira de crédito entre os bancos brasileiros, com 21% de participação no total, o Banco do Brasil (BB) pretende avançar no financiamento de projetos de infraestrutura em 2014. O banco teria R$ 180 bilhões para alavancar sua carteira de crédito, segundo projeções de mercado.Este aumento seria possível com a utilização de uma folga em sua estrutura de capital. O banco tem hoje mais capital do que o ?colchão? exigido pelas regras internacionais do acordo Basileia III (que define a relação entre empréstimos e capital que um banco deve ter). Hoje, este ?colchão? do Banco do Brasil é de 15,9% e pode ser reduzido para 13%.Estes recursos reforçarão os planos do banco de apoiar empresas e projetos nas áreas de petróleo e gás, energia, rodovias, ferrovias, portos, aeroportos e mobilidade urbana. ?Vamos fazer sem comprometer nível de capital exigido?, disse o vice-presidente de Atacado e Negócios Internacionais do BB, Paulo Caffarelli, ao jornal O Estado de S. Paulo. O Banco Central exige hoje um ?colchão? de 11% - Basileia prevê 8%, mas elevará esse índice a 13% até 2019.Caffarelli informa que o banco centrará esforços nas principais frentes de atuação no mercado corporativo. Desde atividades de assessoria financeira (?advisor?), passando pela estruturação de projetos e o auxílio a companhias no mercado de dívida privada via emissão de debêntures, até operações de participação acionária em empresas (private equity).Fatia de mercadoO banco costura, ainda, um Fundo de Investimento em Participações (FIP) ao redor de R$ 15 bilhões com outros parceiros para ampliar as apostas na infraestrutura. Caffarelli calcula em R$ 1,5 trilhão o volume de recursos dos programas federais na área até 2018. O BB quer uma fatia de 10% desse mercado nascente e trabalha para elevar sua carteira de infraestrutura dos atuais R$ 94 bilhões a R$ 150 bilhões nos próximos cinco anos.?Só em petróleo e gás serão R$ 311,5 bilhões em navios, sondas, plataformas e estaleiros?, diz. Em energia, o BB projeta um mercado de R$ 100 bilhões. Em aeroportos, serão R$ 20 bilhões. Rodovias e ferrovias demandarão R$ 62 bilhões.Além disso, a subsidiária BB Banco de Investimentos dedica-se a estruturar um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (Fidc), cujas cotas são vendidas aos chamados investidores qualificados, para entrar nos consórcios vencedores dos leilões das concessões de rodovias, ferrovias e aeroportos.Os leilões das BRs 163 e 040, marcados pelo governo para este ano, devem contar com participação efetiva do BB por meio de financiamento em conjunto com outros bancos. O tema tem sido debatido à exaustão com governo e bancos privados.A intensa movimentação do BB na área de infraestrutura tem por objetivo aumentar a participação dos investimentos realizados por seus clientes Pessoas Jurídicas. Hoje, 26% da carteira de pessoas jurídicas, que somou R$ 300 bilhões em junho, é dedicada a investimentos. Ainda predominam os financiamentos ao capital de giro, com 29% do total. ?Essa relação vai mudar muito rapidamente nos próximos anos. Teremos os investimentos como carro-chefe dessa carteira?, prevê Caffarelli. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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