O plano do Banco Inter de listar ações na Nasdaq, em Nova York, foi suspenso. O banco digital anunciou na noite desta quinta-feira, 2, que os pedidos de resgate dos acionistas que não quiseram receber ações da Inter Plataform, a empresa que seria listada na bolsa americana, superaram R$ 2 bilhões, valor máximo que o banco tinha conseguido de crédito para recomprar as ações.
O prazo para resgate das ações terminou hoje. O preço do papel foi fixado pelo banco digital, controlado pela família Menin, em R$ 45,84.
Como a ação despencou nas últimas semanas, seguindo um movimento de correção nos preços dos papéis de fintechs pelo mundo, o papel caiu para a faixa de R$ 32. Ou seja, ficou evidente nos últimos dias que todos os acionistas iam optar pelo resgate a um preço maior.
Superando o limite de R$ 2 bilhões, o conselho do banco tinha a opção de não aprovar os resgates, que é o que foi anunciado na noite desta quinta-feira.
"A reorganização societária não será implementada", afirma comunicado do banco, que não detalha os próximos passos.
Ações caíram 63% desde julho
Após um pico no final de julho, as ações do Inter derretaram 61% na B3, e fecharam ontem negociadas a R$ 32,99. A queda está diretamente relacionada à alta dos juros no País, que reduz as chances para que empresas como o banco digital captem recursos através do mercado de capitais.
Com a migração para Nova York, o Inter esperava encontrar investidores dispostos a pagar mais caro por seus papéis, em linha com o que empresas como XP e Stone fizeram em anos recentes.