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Banco Mundial vê necessidade de coordenação global para câmbio

Vice-presidente da instituição diz que pressão em moedas emergentes continuará até que o atual desequilíbrio econômico global seja resolvido 

Por Reuters
Atualização:

A vice-presidente do Banco Mundial para a América Latina e o Caribe, Pamela Cox, afirmou nesta quinta-feira, 21, que é preciso uma coordenação global para resolver a questão do câmbio e que a pressão em moedas emergentes continuará até que o atual desequilíbrio econômico global seja resolvido.

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"Há vários instrumentos que os países podem usar - alta de impostos no Brasil e elevação do juro na China são dois - , mas nós precisamos de uma solução mais coordenada globalmente", disse Cox, durante participação no chat do Trading Brazil, comunidade da Thomson Reuters para o mercado financeiro.

Ela argumentou que hoje existe um desequilíbrio, com forte expansão em países como o Brasil, enquanto nações ricas estão atrasando o crescimento.

"Este desequilíbrio está levando o Brasil e outros mercados emergentes a atraírem fluxo de capital, colocando mais pressão em suas taxas de câmbio."

Sobre a possibilidade de novas políticas de "quantitative easing" em economias desenvolvidas gerar inflação e mais dor de cabeça para moedas emergentes, Pamela Cox disse que "quando esses países reduzem os juros, o dinheiro flui para países com taxas maiores e oportunidades de investimentos - como está acontecendo agora".

E acrescentou que outras nações na América Latina também estão sentindo a pressão. "Isso é resultado do sucesso deles em sair da crise e com forte crescimento, o que também é uma coisa boa."

Questionada se o rali em moedas de emergentes e da América Latina irá continuar, ela respondeu: "no curto prazo, até nós resolvermos os desequilíbrios globais".

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"Vamos ver o que sai sobre isso de Seul", disse, referindo-se à reunião dos líderes de Finanças dos países do G20, que acontece a partir de sexta-feira na Coreia do Sul.

Eleições 2011

A executiva do Banco Mundial disse que o Brasil tem uma série de desafios no médio prazo no que diz respeito a melhorar a competitividade.

"Mais investimentos em infraestrutura são necessários, combinados com mais investimentos em pessoas - educação e conhecimento - para garantir que estes não se transformem em gargalos maiores."

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Outra área apontada por Pamela Cox é a tributação, com maior eficiência. "Enquanto muitos na América Latina têm muito pouco imposto, as taxas do Brasil são elevadas."

Ela avaliou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez grandes progressos no investimento em pessoas e na expansão da infraestrutura. "Mas ainda há muito a ser feito, especialmente em relação às altas taxas de crescimento."

E acrescentou: "nós aguardamos que o próximo governo garanta que o Brasil mantenha estas ótimas taxas de crescimento". De acordo com Pamela Cox, o Bird prevê expansão de 7% este ano para a economia brasileira.

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(Por Paula Arend Laier)

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