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Bancos aumentam provisões para empréstimos ruins

Crescimento das expectativas de perdas com empréstimos pode levar à alta do juro

Foto do author Altamiro Silva Junior
Por Altamiro Silva Junior (Broadcast) e da Agência Estado
Atualização:

O aumento da inadimplência nos bancos está fazendo com que as intituições aumente as provisões - expectativas de perdas - para empréstimos ruins. Tanto o Bradesco quanto o Santander ao anunciar os resultados trimestrais nesta quarta-feira, 27, informaram sobre o aumento. Para a pessoa física, a consequência pode ser o aumento do juro nos empréstimos.

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As provisões para empréstimos são utilizadas em parte do cálculo do spread bancário - diferença entre o juro que o banco paga ao captar dinheiro e o que recebe ao emprestá-lo. Se as intituições estão esperando um aumento das perdas, é provável que este spread suba também.

Com o aumento das operações de crédito e da inadimplência, o Bradesco teve mais despesas com provisões para devedores duvidosos. No segundo trimestre, essa despesa ficou em R$ 2,437 bilhões, apresentando uma evolução de 3,3% em relação ao trimestre anterior. Na comparação semestral, houve aumento de 10,3% das despesas com PDD.

A provisão total para devedores duvidosos fechou junho em R$ 17,365 bilhões, expansão de 10% na comparação com o mesmo mês de 2010.

No Santander, a provisão para devedores duvidosos subiu 11,8% sobre os primeiros três meses do ano e  totalizou R$ 2,301 bilhões. O aumento é resultado tanto do crescimento do crédito, como de alguma deterioração da qualidade da carteira.

Inadimplência

O Bradesco anunciou que registrou um pequeno aumento do índice de inadimplência no segundo trimestre, puxado pelo aumento de calotes na pessoa física. A taxa total do banco, considerando atrasos superiores a 90 dias, terminou junho em 3,7%, ante 3,6% em março. Considerando apenas a taxa de pessoa física, o indicador terminou em 5,7%, ante 5,5% no primeiro trimestre do ano.

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Na pessoa jurídica, houve um aumento na carteira de micro, pequenas e médias empresas. A taxa do segmento passou de 3,5% no primeiro período do ano para 3,6%.

O outro indicador de inadimplência, que considera os atrasos acima de 60 dias, também teve alta no período. Fechou o segundo trimestre em 4,5%, ante 4,4% trimestre anterior.

Na comparação com o segundo trimestre de 2010, a taxa de calotes anunciada nesta quarta-feira é menor. O indicador total estava em 4% em junho do ano passado. Na pessoa física estava em 6,3% e nas empresas de menor porte, em 3,8%.

O índice de Basileia, indicador que mede quanto o banco pode emprestar no crédito sem comprometer seu capital, fechou o período em 14,7%, abaixo dos 15,9% dos meses de abril a junho de 2010. O indicador, apesar da queda, ainda está acima do mínimo exigido pelo Banco Central, de 11%. 

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