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BB prevê R$ 2 bi em pedidos de crédito durante a Agrishow

Volume é bem maior do que o R$ 1,2 bilhão verificado em 2019, última edição presencial do evento antes da pandemia

Por Clarice Couto
Atualização:

O vice-presidente de Agronegócios do Banco do Brasil, Renato Naegele, afirmou ao Broadcast Agro que a expectativa é de receber pedidos de crédito de cerca de R$ 2 bilhões durante a Agrishow, maior feira de tecnologia agrícola do Brasil, que entrou ontem em seu segundo dia, em Ribeirão Preto (SP). Na última edição presencial do evento, em 2019, o banco contabilizou R$ 1,2 bilhão em pedidos de crédito.

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De acordo com o executivo, apesar da alta dos custos de produção e da escalada da Selic nos últimos meses – hoje em 11,75% ao ano –, a demanda por crédito rural continua forte. Naegele lembra que o setor vem de cerca de quatro safras com altas margens de lucros. No ciclo 2021/22, apesar de os custos terem subido, a guerra na Ucrânia elevou os preços das commodities.

Em 23 de março, o Banco do Brasil começou a aceitar pedidos de crédito para a próxima safra, que começa em julho. Segundo o executivo, até o momento a procura pelos recursos ainda não está maior do que há um ano. No entanto, ele pondera que o ritmo normalmente começa a acelerar a partir de junho.

“Lançamos em março para o produtor ter mais uma opção de crédito, até porque tem a suspensão das linhas com equalização”, explica, referindo-se ao congelamento nos bancos, desde o início de fevereiro, de novos pedidos para diversas linhas do Plano Safra, com taxas subsidiadas, por falta de recursos.

Plantação de trigo; Renato Naegele, executivo do Banco do Brasil, afima que demanda por crédito rural continua forte Foto: Dida Sampaio/Estadão - 21/10/2021

‘Reserva’

No Banco do Brasil, cerca de R$ 3,5 bilhões estão congelados no momento, mas os recursos já estão comprometidos para os produtores, de acordo com Naegele. “Isso é dinheiro para médio e grande produtor, do Pronamp (programa focado nos médios) e para investimentos.

Deixamos os produtores apresentarem suas propostas, acolhemos, mas não estão aprovadas por uma questão de sistema. Só posso aprovar quando o Tesouro der autorização”, disse.

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Tecnologia no agro

Sete milhões de hectares foram conectados à internet 4G pela ConectarAgro, associação dedicada a expandir a conectividade em regiões agrícolas. Ontem, na Agrishow, a entidade informou que essa área de cobertura beneficiou mais de 900 mil pessoas, em 220 municípios de 8 Estados. Segundo o diretor de marketing da TIM, Alexandre Dal Forno, a tecnologia 4G atende a “98% das necessidades” do agro. A companhia é uma das fundadoras da ConectarAgro, que tem hoje 33 associadas. Além do 4G, a entidade também dissemina o sistema Narrow Band IoT (NB-IoT), que habilita soluções voltadas à internet das coisas.

Demanda em alta

A fabricante de máquinas agrícolas Case IH continua com dificuldade de entregas por causa dos problemas com suprimentos de peças vindas de outros países. “A guerra complicou uma situação já difícil globalmente. A cadeia de suprimentos vem, em grande parte, de fora do Brasil”, disse o vice-presidente da companhia para a América Latina, Christian Gonzalez, durante a Agrishow. Apesar de ainda ter de lidar com atrasos referentes ao ano passado, o executivo frisou que, aos poucos, a situação das entregas vem melhorando. “Olhando o mercado, o número de entregas é grande. Talvez não tanto quanto nós ou os clientes gostaríamos, mas estamos conseguindo entregar mais a cada mês”, afirmou, lembrando que o tempo de espera varia de acordo com o tipo da máquina. / COLABOROU AUGUSTO DECKER 

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