
18 de maio de 2011 | 16h52
O Banco Central anunciou nesta quarta-feira, 18, a criação do Comitê de Estabilidade Financeira (Comef). O novo órgão será composto pelo presidente e pelos diretores do Banco Central, todos com direito a voto, além dos chefes de departamento de áreas relacionadas à preservação da estabilidade financeira, mas que não terão direito a voto. O Comef terá reuniões a cada dois meses, mas poderá ter encontros extraordinários.
Segundo o diretor de Fiscalização do Banco Central, Anthero Meirelles, a criação do Comef vem sendo discutida "há algum tempo", desde início de gestão do atual presidente da autoridade monetária, Alexandre Tombini. "Já temos o Copom, agora teremos mecanismo para estabilidade do sistema", explicou, referindo-se a duas missões do BC, que são a estabilidade da moeda e do sistema financeiro.
De acordo com Anthero, o Comitê será voltado para trabalhos internos e aprimoramento da governança. "Poderemos aprimorar trabalhos nessa área", comentou. A justificativa para a criação do Comef é que o Brasil vem se tornando um ator cada vez mais importante no processo de regulação financeira global. "O Banco Central (brasileiro) tem sido cada vez mais chamado, por isso é bom estar mais organizado", disse.
Anthero também negou que a criação do Comef tenha alguma relação com a recente adoção de medidas macroprudenciais pela autoridade monetária. "O Comef irá gerir processos de conhecimento e análise", afirmou o diretor, acrescentando que o grupo visará a orientar as áreas do Banco para que trabalhem de forma mais "harmônica".
Segundo ele, a diretoria do BC continuará a tomar as decisões sobre regulações e outros pontos pertinentes ao trabalho dos executivos. "O Comef poderá dar diretrizes para sermos mais proativos", comentou.
O diretor comentou ainda que o BC brasileiro não é o primeiro a criar um comitê desse tipo, citando experiências da União Europeia e da Inglaterra. "Conhecemos essas experiências que são bastante novas."
As atribuições do Comitê são: 1) orientar a atuação do BC em fóruns nacionais e internacionais relacionados à regulação e fiscalização do sistema financeiro no mercado de capitais e o relacionamento da autarquia com outras entidades detentoras de informações úteis à manutenção da estabilidade financeira; 2) definir as estratégias e as diretrizes do BC para a condução dos processos relacionados à estabilidade financeira; 3) alocar responsabilidades entre as unidades internas envolvidas, com vistas à atuação integrada e coordenada; 4) determinar a realização de estudos, pesquisas e trabalhos relativos à estabilidade financeira e à prevenção do risco sistêmico.
(com Célia Froufe e Eduardo Rodrigues, da Agência Estado)
Texto atualizado às 18h38
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