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BC desmente ‘matérias na imprensa’ sobre política monetária

Instituição disse que suas opiniões são veiculadas somente por meio de sua página na Internet, palestras ou declarações de seu presidente e diretores

Por Reuters
Atualização:

O Banco Central divulgou nota nesta quinta-feira, 19, afirmando que as opiniões da instituição são veiculadas exclusivamente por meio dos documentos publicados em sua página na Internet, palestras ou declarações de seu presidente e diretores. O texto, publicado no site da instituição, veio após dias de informações desencontradas sobre a avaliação do Banco Central do atual cenário econômico. Segundo o BC, o "esclarecimento" ocorre em função de "matérias recentemente publicadas pela imprensa", sem especificar quais. "Esta norma de governança, que é uma prerrogativa da Instituição, facilita, entre outras decorrências, a tarefa da imprensa de informar, repercutir e analisar as decisões do Banco", afirmou a autoridade monetária. "A partir de agora, as palestras e declarações do Presidente e dos Diretores do Banco Central serão reproduzidas integralmente no sítio da Instituição", completou. Nesta quinta, o jornal Valor Econômico publicou matéria de capa, citando "dirigentes" do Banco Central, afirmando que avaliações internas do BC indicam a manutenção da taxa básica de juro na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Em evento em Minas Gerais, na segunda-feira, o presidente do BC, Henrique Meirelles, já fizera declarações que foram interpretadas por parte do mercado como um sinal do fim do ciclo de aperto monetário. Mas em entrevista à GloboNews, na quarta-feira, ele ponderou que a atividade pode acelerar no terceiro trimestre, o que chegou a provocar a alta dos juros futuros em parte do pregão na BM&FBovespa. "Em quatro dias nós passamos de uma postura menos favorável à alta dos juros (dovish) para um viés mais favorável à alta das taxas (hawkish). Depois disso voltamos a um discurso totalmente "dovish". Em nossa opinião, isso reduz a transparência e a previsibilidade do processo de definição dos juros, o que aumenta a volatilidade das taxas", escreveu Paulo Leme, analista do Goldman Sachs, em relatório nesta quinta. Na semana passada, em evento em São Paulo, Meirelles já havia abordado a política de comunicação do BC. Fazendo referência ao erro de parte do mercado a respeito da última reunião do Copom, quando muitos analistas previam um aumento da Selic superior ao 0,5 ponto efetivamente definido, ele disse que documentos como a ata do Copom e o Relatório de Inflação não podem ser interpretados como sinais para a próxima decisão do comitê. "A decisão deve ser pautada pela inflação", disse Meirelles, na ocasião. Na nota desta quinta, o Banco Central assumiu tom semelhante. "A Autoridade Monetária orienta suas decisões de acordo com os valores projetados para a inflação no horizonte relevante para o Sistema de Metas no Brasil", comentou.

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