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Benefícios de medidas sobre o câmbio compensam os custos, diz Meirelles

Presidente do BC reiterou a eficiência das medidas adotadas pelo governo para lidar com os desafios da economia mundial

Por Ricardo Leopoldo e da Agência Estado
Atualização:

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou que todas as ações adotadas pelo governo a fim de evitar problemas na área cambial foram positivas. "Todas as medidas que já foram tomadas, a avaliação é que os benefícios compensam os custos. Se algum dia se decidir mais alguma a mesma avaliação será feita", disse. Essa declaração de Meirelles visa detalhar um pouco mais o comentário feito pela manhã desta segunda-feira, 18, de que "a hipótese de formação de bolhas em qualquer momento é preocupante e, portanto, estamos todos atentos".

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Depois de participar de almoço promovido pela Associação Brasileira das Empresas de Leasing (Abel), Meirelles reiterou a eficiência das medidas macroprudenciais adotadas pelo governo a fim de lidar com os desafios da economia mundial e suas implicações para o Brasil especialmente relacionadas a área cambial. Ele citou o aumento das reservas internacionais, que já superam US$ 280 bilhões, e outras ações prudenciais relacionadas ao sistema financeiro. O Brasil goza de boa reputação internacional quanto a solidez dos bancos porque o BC adota há vários anos normas mais rígidas de liquidez e capitalização exigidas em nível internacional. De acordo com analistas internacionais, o País está muito próximo de ser um dos primeiros a adotar todos os princípios do acordo de Basileia 3 na frente de nações desenvolvidas.

"O nível de risco, depois de todas as medidas prudenciais tomadas tende a baixar muito e ser pequeno", disse. Mas Meirelles ressaltou que se tais medidas prudenciais não tivessem sido tomadas o risco de formação de bolha de ativos ficaria grande. Ele explicou que compete às autoridades de cada país prevenir a formação de bolhas de diversas maneiras, sejam elas bolhas macroeconômicas ou relacionadas ao sistema financeiro. No primeiro caso, ele disse que o Brasil ataca essa questão de mais de uma forma, sendo a mais importante a acumulação de reservas, o que viabiliza o enxugamento de liquidez em moeda externa. No segundo caso, o tema é resolvido através de regulação prudencial.

"Em resumo, no momento em que configura-se um excesso no País de moeda externa induzido pela política monetária de outro país torna-se absolutamente legítimo que o País (Brasil) recorra a medidas macroprudenciais, que é um conceito novo de medidas prudenciais a nível nacional, protegendo a própria economia contra excessos de liquidez" afirmou. "É um conceito novo que deixa muitos analisas perplexos com ele, mas que deve ser seriamente discutido e, se for o caso, implementado, que é o que o Brasil está discutindo", destacou.

Segundo Meirelles, a acumulação de reservas faz parte de um leque de medidas macroprudenciais que por enquanto são pouco entendidas por muitos analistas. "Discute-se o problema do custo da reserva, mas é o custo de qualquer medida prudencial. Quando Basileia 3 coloca novas normas para os bancos, os bancos discutem os custos de implementação de Basileia 3, o custo do ponto de vista da instituição e de cada país. Então, qualquer medida prudencial tem custo, inclusive uma delas como a acumulação de reservas, como um seguro também tem custo. O importante é que o custo seja menor do que o dano que lhe protege, no caso de crise".

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