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BHP fica em foco depois de reajuste recorde do minério

Por LUCY HORNBY E JAMES REGAN
Atualização:

O foco das negociações anuais sobre os preços do minério de ferro está voltado para a BHP Billiton nesta terça-feira. A questão é saber se a empresa conseguirá convencer as siderúrgicas chinesas a pagar mais que o reajuste recorde acertado pela rival Rio Tinto na véspera. A Rio praticamente dobrou os preços do produto fornecido via contratos a termo, superando o reajuste de cerca de 70 por cento que os produtores de aço da China tinham acertado em fevereiro com a Vale . Porém, a BHP, única grande mineradora ainda em negociações com as siderúrgicas, deu indicações de que o reajuste obtido pela Rio Tinto pode não ser o bastante. As duas mineradoras normalmente seguem o primeiro acordo de reajuste definido, mas as apostas aumentaram este ano já que o valor que elas podem obter de seus ativos de minério de ferro é considerado um fator importante na oferta de aquisição da Rio Tinto pela BHP por 167 bilhões de dólares. O diretor da divisão de ferrosos e carvão da BHP, Marcus Randolph, afirmou na terça-feira que a Rio fracassou ao tentar obter um ágio adequado, relativo a vantagens de frete, nas negociações com a siderúrgica chinesa Baosteel. O transporte de minério de ferro da Austrália para a China custa de 55 a 60 dólares por tonelada mais barato que os embarques do Brasil, afirmou o executivo. A BHP também elevou em 23 por cento a avaliação das reservas de sua maior operação de minério de ferro em Western Australia e informou que a divisão vai triplicar sua capacidade entre 2007 e 2015. "Isso é uma indicação do futuro potencial desses ativos", disse Randolph. As atenções também estão voltadas para siderúrgicas como a Baosteel, que fez um acordo de preços com a Rio e viu o preço de suas ações despencar 8 por cento nesta terça-feira por conta de preocupações com custos mais altos. Um fracasso da Baosteel em alcançar um acordo com a BHP em reunião nesta terça-feira coloca as siderúrgicas asiáticas sob risco de reajustes ainda maiores. Produtores de aço na Coréia do Sul e Taiwan estão esperando pelas siderúrgicas japonesas acertarem um acordo com as mineradoras australianas, mas elas podem continuar a pagar os preços definidos no ano passado até setembro. Outras ações de siderúrgicas asiáticas também operaram em baixa, com a sul-coreana Posco, quarta maior produtora de aço do mundo, caindo 1,9 por cento, apesar do anúncio de que vai aumentar seus preços em 21 por cento, em julho. (Reportagem adicional de Miyoung Kim em Seoul, Yuko Inoue em Tóquio, Lee Chyen Yee em Taipé e Alfred Cang em Xangai)

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