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BM&FBovespa mexe em diretorias para ganhar eficiência

Por ALUÍSIO ALVES E SILVIO CASCIONE
Atualização:

O presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto, confirmou nesta sexta-feira a troca de três dos seis diretores-executivos da empresa, conforme adiantado pela Reuters na véspera. "O objetivo das mudanças é ter evolução na estrutura operacional", afirmou Edemir à Reuters, durante evento da própria BM&FBovespa em Campos do Jordão (SP), sem dar mais detalhes. Na quinta-feira, uma fonte ligada à companhia havia adiantado à Reuters que José Antonio Gragnani, que ocupava a diretoria-executiva de Desenvolvimento e Fomento de Negócios da BM&FBovespa, está deixando a companhia. Marta Alves --atualmente diretora-executiva de Produtos-- se tornará consultora de projetos estratégicos, e Amarílis Sardenberg está deixando a diretoria-executiva de Clearings, Depositária e de Risco para assumir a presidência da BSM, órgão da própria bolsa para supervisão de mercados. Mais detalhes sobre as mudanças e os objetivos pretendidos com ela devem ser divulgados na semana que vem, informou um funcionário da BM&FBovespa, sob condição de anonimato. Os outros integrantes da diretoria-executiva da BM&FBovespa, além de Edemir, são Eduardo Guardia (diretor-executivo financeiro e de Relações com Investidores) e Cícero Augusto Vieira Neto (de Operações e Tecnologia da Informação). As mudanças acontecem num momento de enfraquecimento dos resultados da companhia, que sofre com a mistura de queda do valor das ações e de medidas do governo para conter a valorização do real. Este mês a companhia já havia informado que fechou o segundo trimestre com lucro líquido de 294,2 milhões de reais, queda 3,8 por cento contra igual período de 2010. "Está uma pressão enorme no mercado para a empresa ganhar eficiência", disse um profissional do mercado que acompanha a companhia, sob condição de anonimato. No caso do mercado de ações --fragilizado pela situação econômica e turbulências com crises de dívida na Europa e nos Estados Unidos--, a bolsa paulista tem perdido receita com a desvalorização das ações domésticas e menos ofertas públicas. Neste ano, o Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, acumula queda de mais de 20 por cento. Além disso, pelo menos nove empresas desistiram de realizar oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) na bolsa paulista. Já no câmbio, o governo anunciou no mês passado a cobrança de 1 por cento de IOF em operações com derivativos de câmbio que aumentem as posições vendidas em dólar no mercado futuro, com o objetivo de conter a valorização do real para perto das máximas contra o dólar desde 1999. O mercado de câmbio responde por cerca de 12 por cento das receitas da BM&FBovespa. Diante desse quadro, a bolsa revisou ou adiou uma série de metas de desempenho, como a de alcançar 5 milhões de investidores pessoa física, que passou de 2015 para 2018. A companhia também desistiu da estimativa de ver as empresas no Brasil levantando 55 bilhões de reais em ofertas de ações este ano. Manteve, no entanto, a expectativa de ter 200 novas empresas no pregão da Bovespa até 2014. Às 16h15, as ações da BM&FBovespa exibiam leve queda de 0,11 por cento, a 8,74 reais, enquanto Ibovespa subia 0,57 por cento.

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