A Boeing alertou nesta segunda-feira, 31, que pode não dispor de recursos suficientes para honrar compromissos financeiros, enfrentar os efeitos da pandemia e lidar com os problemas de produção do modelo 737 Max. O reconhecimento do risco consta em documento protocolado, nesta segunda-feira, na Securities and Exchange Comission (SEC, a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos).
A fabricante de aeronaves sediada em Seattle informou que as dificuldades poderiam ser exacerbadas por um eventual rebaixamento de sua nota de crédito, além de desafios no acesso ao mercado global de capitais. "Se o ritmo e o escopo da recuperação forem piores do que o que contemplamos atualmente, podemos precisar obter financiamento adicional para financiar nossas operações e obrigações", afirmou a empresa.
A companhia acrescentou que a deterioração das relações entre Estados Unidos e Rússia, em meio ao risco de guerra na Ucrânia, cria um "clima adverso" para os negócios. "Continuamos monitorando e avaliando sanções adicionais e restrições de exportações que podem ser impostas pelo governo dos EUA e quaisquer respostas da Rússia que possam afetar diretamente nossa cadeia de suprimentos, negócios, parceiros e clientes", destacou.
Prejuízo
No anúncio de resultados do último trimestre de 2021, a Boeing reportou prejuízo líquido de US$ 4,1 bilhões, acima do esperado pelo mercado. A receita da fabricante de aviões americana chegou a US$ 14,8 bilhões no período, abaixo dos US$ 15,3 bilhões registrados no ano anterior e contrariando a expectativa de alta a US$ 16,5 bilhões de analistas.
No período de outubro a dezembro do ano passado, a companhia tinha aumentado o ritmo da produção mensal de aernovas, indo de 19 para 26.