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Boi: arroba pode voltar para R$ 61 a prazo esta semana

Por Agencia Estado
Atualização:

São Paulo, 4 - Os preços da arroba do boi no interior paulista podem terminar esta semana apresentando ligeira recuperação. Lúcio Soares, do Banco Indusval, estima que os preços devem subir e terminar a semana em R$ 61 para descontar o Funrural ante os atuais R$ 60. Segundo ele, já no final da semana passada os frigoríficos passaram a ter mais dificuldade em comprar animais a R$ 60 para descontar o Funrural à prazo. "Os pecuaristas não estão mais aceitando os preços impostos pelos frigoríficos", disse. Tico Matias, da Link Corretora, lembra que em regiões onde a oferta de gado confinado é pequena, como no Mato Grosso do Sul, as escalas também são pequenas, em torno de 1 semana, o que permite que os preços não caiam mais. O fato do preço ter caído em São Paulo e ficado estável no MS fez com que o spread entre os dois estados se reduzisse e ficasse em R$ 1 ante o valor histórico de R$ 2. Soares, do Indusval, acredita que os preços podem chegar à R$ 61,40 por arroba à prazo para descontar o Funrural até o final de outubro. O valor é o indicado pelo futuro com vencimento em outubro, R$ 59,70 à vista, transformado em um valor à prazo. As escalas de abate continuam longas, chegando até o início de novembro no caso do Friboi e até o dia 20 de outubro no caso de Bertin e Minerva, mas a média das escalas está caindo. Segundo o Cepea, a média está em 8 dias. No mercado futuro da BM&F, os preços seguem sustentados amparados pelo sentimento de que os preços devem subir no médio e longo prazo. A alta seria provocada pela menor oferta de animais a partir de novembro/dezembro com o final do boi confinamento. O fraco resultado financeiro decorrente do primeiro turno de confinamentos deve desestimular a realização de um segundo turno por muitos produtores, o que irá reduzir o gado disponível no final do ano. Também conta na formação do preço a expectativa de que o boi de pasto vai demorar mais para ficar pronto por conta da seca que não está trazendo a grama de volta. Do outro lado, o dólar abaixo de R$ 3 é um fator de pressão para o preço do boi assim como o consumo interno que apresenta um comportamento variável este ano e difícil de prever. O aumento da demanda registrado em meados deste ano parece ter se anulado. As exportações continuam firmes, contudo. Dados preliminares do Secex apontam que, em setembro de 2004, as exportações brasileiras de carne bovina in natura ficaram em 92,8 mil t, 74% acima do verificado em igual período de 2003. A receita ficou em US$ 192,9 milhões, maior em 72,3%. O Indicador Esalq registrou sua primeira alta na sexta desde o início de agosto, ficando em R$ 58,79 à vista. O Indicador à prazo ficou estável à R$ 59,78, indicando maior sustentação no preços.

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