Porto Alegre, 30 - Três entidades do Rio Grande do Sul lançaram hoje, durante a 27ª Exposição Internacional de Animais, Máquinas, Implementos e Produtos Agropecuários (Expointer), em Esteio (RS), um programa para acelerar a rastreabilidade do rebanho bovino gaúcho e recuperar a defasagem em relação aos principais Estados produtores. Com um rebanho de 13,8 milhões de cabeças de gado, o Rio Grande do Sul tem cerca de 1 milhão de exemplares inscritos no Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina (Sisbov) e está em sétimo lugar entre os Estados em volume de animais rastreados. O Programa de Rastreabilidade Bovina vai reduzir o custo de inscrição no sistema, ao conceder um bônus que cobrirá metade da despesa de identificação do animal. O programa será direcionado à inscrição de terneiros no Sisbov, pois os produtores vêem mais dificuldades em cadastrar os animais jovens, já que o retorno do investimento está mais distante, explica o presidente da comissão de pecuária de corte da Federação da Agricultura do Rio Grande do Su (Farsul), Fernando Adauto. A meta é cadastrar 700 mil terneiros nos próximos 12 meses. A despesa para os produtores será de R$ 1,50 por animal, enquanto um fundo cobrirá o restante (R$ 1,50). Além da Farsul, participam do programa o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-RS) e a Caixa-RS, agência de fomento do governo gaúcho, que contribuíram com R$ 400 mil, R$ 500 mil e R$ 100 mil, respectivamente, para a formação do fundo de R$ 1 milhão que irá subsidiar o programa. Cada pecuarista poderá inscrever até 300 terneiros (machos e fêmeas) com bônus. O limite é uma forma de ampliar o alcance do programa. A expectativa é que o bônus estimule a rastreabilidade, disse Adauto. O produtor estará isento da taxa de inscrição e anuidade nas empresas certificadoras habilitadas junto ao Sebrae-RS. Por enquanto, duas certificadoras estão habilitadas (Planejar Processamento de Dados Ltda e Empresa Classificadora de Produtos de Origem Vegetal Ltda), mas o edital de inscrição está aberto, informou a diretora de operações do Sebrae-RS, Susana Kakuta. As empresas precisam atender aos mesmos requisitos exigidos pelo Ministério da Agricultura e cobrar até R$ 3,00 por animal rastreado, explicou Susana. O programa terá também uma campanha de divulgação da rastreabilidade, com a distribuição de dez mil cartilhas. A Expointer, que foi aberta ao público no sábado (28), teve 55 mil pagantes no final de semana no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio (RS). Os expositores de máquinas e implementos agrícolas registraram vendas de R$ 40 milhões nos dois primeiros dias da feira, que terminará no próximo domingo (5). Nos negócios com animais, a organização somou vendas de R$ 1,6 milhão no final de semana, incluindo a comercialização de sêmen, embriões, coberturas, um leilão do cavalo crioulo e um remate realizados em Porto Alegre. Foram inscritos 5.923 animais para esta edição da Expointer, dos quais 4.543 foram efetivamente levados ao parque. (Sandra Hahn)