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Bolívia consegue novos compromissos de investimento e petróleo

Por JULIETA TOVAR
Atualização:

O governo de Evo Morales afirmou na terça-feira que as 12 transnacionais que operam na nacionalizada indústria petrolífera da Bolívia aceitaram dar prioridade ao mercado interno, submetendo-se a uma política que afeta particularmente a Petrobras . Os compromissos de entrega de petróleo e gás natural implicam em planos de investimento e foram assumidos ao término de uma rodada de negociações concluída à meia-noite de segunda-feira, disse "com satisfação" o presidente da petrolífera estatal YPFB, Guillermo Aruquipa. "Absolutamente todas as empresas fizeram chegar, através de notas, os programas de trabalho" e em alguns casos planos pontuais de investimento que dão prioridade ao mercado nacional sem afetar as exportações, afirmou ele em entrevista à imprensa. Entretanto, ele não deu um número preciso. O governo disse recentemente esperar que as empresas invistam mais de 3,5 bilhões de dólares em exploração e produção em cinco anos, com os objetivos voltados para o mercado local e em um previsto aumento do bombeamento para a Argentina. Entre as empresas que assinaram os 44 contratos petrolíferos vigentes estão, além da Petrobras, a espanhola Repsol-YPF, a britânica British Gas, a francesa Total, a argentina Pluspetrol e as norte-americanas Vintage e Pan American Energy. Nos planos de investimento resultantes dos compromissos comunicados na segunda-feira ainda é preciso negociar detalhes e ter a aprovação expressa das diretorias das empresas, o que deve ser conseguido em duas semanas, completou ele. "Mas acredito que tudo que se esperava já foi cumprido, não deve haver necessidade de tomar alguma decisão", destacou Aruquipa em referência à ameaça de Morales, há 10 dias, de reverter os campos de petróleo e gás em que as empresas não façam investimentos. Aruquipa disse que Petrobras, Repsol-YPF e Total, sócias dos campos San Alberto e San Antonio, que fornecem 22 milhões de metros cúbicos de gás ao Brasil, aceitaram a exigência de fornecer primeiro para a Bolívia e depois exportar. Isso contradiz os reiterados anúncios da Petrobras de que limitaria seus investimentos na Bolívia ao necessário para assegurar o fornecimento de gás ao mercado de São Paulo. REUTERS CM ES

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