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Bolívia e Venezuela lançam empresas de petróleo e eletricidade

Por CARLOS ALBERTO QUIROGA
Atualização:

Os presidentes da Bolívia e da Venezuela lançarão nesta semana empresas binacionais de petróleo e eletricidade, com investimentos iniciais de pelo menos 670 milhões de dólares, anunciou o governo boliviano. A criação da YPFB-Petroandina e da Ende-Alba é um ponto alto da agenda da visita de pouco mais de 24 horas que o presidente venezuelano, Hugo Chávez, faz na quinta-feira ao boliviano Evo Morales. O argentino Néstor Kirchner deve fazer uma rápida aparição no encontro também. Morales disse na quarta-feira a jornalistas que a visita de Chávez será "uma nova mostra de cooperação desinteressada" entre os dois governos que se dizem "antiimperialistas" e "anti-neoliberais". A Venezuela ajuda de várias formas a Bolívia desde que Morales assumiu a Presidência, há um ano e meio, mas até agora não havia planos concretos para o cumprimento da sua promessa de investimentos de mais de 1 bilhão de dólares no nacionalizado setor petrolífero boliviano. Morales disse que acompanhará Chávez na quinta-feira no lançamento da YPFB-Petroandina em La Paz, na sexta-feira pela manhã num encontro com Kirchner em Tarija, e depois no início das operações da Ende-Alba na região de Chapare. A YPFB-Petroandina é uma sociedade entre as estatais boliviana YPFB e a venezuelana PDVSA, na qual a empresa local terá 60 por cento das ações e igual participação nos investimentos, disse em entrevista coletiva o ministro boliviano dos Hidrocarbonetos, Carlos Villegas. "A YPFB-Petroandina vai firmar um contrato de prospecção e exploração com a YPFB", disse Villegas, explicando que ela terá acesso a blocos de exploração reservados para a estatal boliviana. A empresa prospectará em uma região amazônica ao norte de La Paz, até agora não explorada, e no Chaco (sudeste), onde ficam as principais jazidas em produção, segundo o ministro. Chávez e Morales encabeçarão na sexta-feira o lançamento de uma licitação para a construção de uma usina termoelétrica de cem megawatts em Chapare, num ato de "refundação" da Empresa Nacional de Eletricidade (Ende), que havia perdido espaço desde a privatização do setor, na década passada. A Ende terá 60 por cento de participação em sua nova sociedade com o governo venezuelano, como parte de um processo de integração de governos esquerdistas, promovido por Chávez sob o nome de Alternativa Bolivariana para as Américas (Alba).

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