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Brasil comemora vitória na OMC em contenciosos sobre algodão e açúcar

Por Agencia Estado
Atualização:

Brasília, 8 - O Brasil obteve dois importantes avanços hoje na Organização Mundial do Comércio (OMC). Foi tornado público o relatório da decisão do contencioso sobre algodão contra os Estados Unidos, no qual o Brasil foi atendido em todas as reclamações. Além disso, foi divulgado o relatório final do processo que o Brasil moveu contra subsídios europeus ao açúcar, cujo conteúdo é sigiloso mas está sendo comemorado no Itamaraty. "Com relação ao algodão, o Brasil foi bem sucedido em rigorosamente todos os aspectos do contencioso", disse à Agência Estado o coordenador-geral de Contenciosos do Ministério das Relações Exteriores, Roberto Azevêdo. "Com relação ao algodão, a decisão ainda é sigilosa, mas posso dizer que estamos muito satisfeitos." Segundo Azevêdo, as duas decisões da Organização Mundial do Comércio (OMC) favoráveis ao Brasil apontam na direção do fim dos subsídios à agricultura. Nesse sentido, elas coincidem com a rodada de negociações da OMC ocorrida em Genebra, em julho passado. Nela, ficou acertada uma "moldura" para as novas regras do comércio mundial que pressupõe a eliminação de todos os subsídios à agricultura. Azevêdo lembrou, porém, que as duas decisões da OMC não conferem nenhum direito novo ao Brasil. Elas são baseadas na legislação que já existe e não nas regras que estão em negociação. "São resultados que fazem valer o que já nos é devido", comentou. O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, disse que a decisão da Organização Mundial do Comércio (OMC) favorável ao Brasil no contencioso do açúcar é muito positiva e muito alvissareira. Ele observou que a Europa exporta para terceiros países e a redução de sua produção abriria mercados nestes outros países. No entanto Rodrigues, que chegou ontem do exterior, disse que lhe informaram na Holanda na segunda-feira que estaria havendo uma discussão em Haia com a tese de que o mercado a ser aberto com a redução de produção de açúcar da Europa deveria ser ocupado preferencialmente por países mais pobres. "É uma discussão recorrente da OMC, de gradação entre países em desenvolvimento", disse. Ele exemplificou dizendo que o Brasil não poderia ser comparado com um país pobre da África. "O que não pode fazer é eliminar um competidor porque ele é mais eficiente. Essa aí é uma questão injusta", afirmou. (segue)

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