19 de abril de 2010 | 16h03
O Brasil irá pressionar nesta semana pelo maior poder de voto possível dos países em desenvolvimento no Banco Mundial (Bird), mas ficará satisfeito por enquanto com pouco mais de 3%, disse um diretor do Banco Mundial nesta segunda-feira, 19.
Nesta semana, ministros das Finanças e autoridades de bancos centrais discutem em Washington como aumentar a presença no Banco Mundial de potências emergentes como Brasil e China.
"Tentaremos pressionar o tanto que pudermos, mas estamos cientes de que estamos no fim das negociações", disse Rogerio Studart, que representa o Brasil e outros países em desenvolvimento no Conselho Executivo do Banco Mundial, em entrevista por telefone à Reuters.
Brasil, Rússia, Índia e China pediram na semana passada uma reforma nas instituições internacionais para dar mais voz aos países emergentes. O Brasil e outros países pedem uma mudança de 6% no direito de voto no Banco Mundial.
Uma fonte do governo brasileiro recentemente disse, no entanto, que o país está pessimista sobre alcançar esses 6%.
Os países em desenvolvimento detêm atualmente 44% do direito de voto no banco, enquanto as nações ricas têm 56%.
Studart acrescentou que o Brasil irá pressionar no longo prazo para que se alcance a paridade do poder de voto, mas que por enquanto um pequeno aumento é aceitável.
"Iremos dizer que não é suficiente porque simplesmente não é suficiente. Para nós, a meta é a paridade do poder de voto entre países desenvolvidos e em desenvolvimento", afirmou ele.
"Um pouco mais de 3%, até 4%, seria uma boa mudança por enquanto."
Reformas determinadas no ano passado caminham no sentido de dar maior poder de voto às economias em desenvolvimento, disse Studart. O G-20 concordou em Pittsburgh que o foco econômico será o principal fator na decisão do poder de voto.
"Nós não temos que nos preocupar muito sobre a mudança (de agora). Temos que nos preocupar com a tendência e a tendência é boa", afirmou Studart.
(Por Ana Nicolaci da Costa)
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