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Brasil vai negociar questão de Itaipu, até certo ponto, diz Lula

Por MARIO ANDRADA E SILVA
Atualização:

O governo brasileiro vai sentar com o governo paraguaio para discutir os termos do tratado binacional que define a utilização e a comercialização da energia gerada por Itaipu, ainda a maior usina hidrelétrica do mundo. A informação veio do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, minutos antes de ele voltar ao Brasil, após acompanhar em Assunção a posse do novo presidente do paraguai, Fernando Lugo. O cumprimento do presidente Lula a Lugo foi o mais demorado, entusiasta e longo da série de cumprimentos que o novo presidente do Paraguai recebeu em sessão solene no Palácio de los López. Lula se aproximou de Lugo com um aperto de mão daqueles de chacoalhar o ombro. Depois os dois ficaram conversando olho no olho por alguns minutos e finalmente o presidente do Brasil beijou o rosto do colega que não continha o sorriso. Para quem chegou à cerimônia de posse sob gritos de populares "Itaipu, Itaipu" e foi citado como chefe de um governo imperialista pelo principal jornal do país, Lula certamente virou o barco diplomático em Assunção, pois, ao lado de Lugo no palácio, pareciam irmãos. E o sorriso do presidente paraguaio bem poderia ser o resultado da confirmação oferecida pelo brasileiro de que o governo do Brasil está disposto a sentar com o Paraguai para negociar novos detalhes do contrato binacional de Itaipu, talvez a principal plataforma de campanha do novo governo vizinho. "Itaipu tem uma reivindicação antiga dos companheiros do Paraguai e nós vamos discutir com eles. Primeiro precisamos saber qual vai ser a demanda que o presidente Lugo vai fazer ao Brasil. O que for possível negociar nós vamos negociar porque nós queremos ajudar o Paraguai. Há o compromisso nosso de ajudar o Paraguai a melhorar a situação do seu povo", disse o presidente brasileiro antes de deixar Assunção. Lula disse que o limite da negociação será o bolso do consumidor brasileiro. "Vamos ver qual será a demanda deles porque qualquer aumento de tarifa que incidir sobre um aumento de tarifa para o povo brasileiro fica complicado", disse ele. O Paraguai quer aumentar o preço da energia em sete vezes e ainda ter o direito de vender o excedente de sua parte a qualquer país e não apenas ao Brasil como reza o atual contrato.

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