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Brasileiros gastam US$ 2,2 bilhões em viagens internacionais em julho

Por outro lado, estrangeiros gastaram US$ 539 milhões em passeios no Brasil

Foto do author Célia Froufe
Por Eduardo Cucolo , Célia Froufe (Broadcast) e da Agência Estado
Atualização:

A conta de viagens internacionais registrou um déficit de US$ 1,674 bilhão em julho. Segundo dados divulgados pelo Banco Central, esse saldo negativo é resultado do volume de despesas pagas por brasileiros no exterior (US$ 2,214 bilhões) acima das receitas obtidas com turistas estrangeiros em passeio pelo Brasil (US$ 539 milhões).

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O saldo negativo foi 14,4% maior do que o visto em julho de 2012, de US$ 1,464 bilhão. No acumulado do ano, o déficit da conta de viagens soma US$ 10,523 bilhões ante US$ 8,695 bilhões vistos em igual período de 2012.

Comparativamente, os gastos dos estrangeiros caíram 1,2% em relação a julho de 2012, enquanto os dos brasileiros subiram 10,1%, segundo o IBGE.

A conta de serviços, da qual ela os gastos com viagens fazem parte, ficou negativa em R$ 4,088 bilhões.

Agosto

O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, afirmou que dados parciais mostram déficit em viagens internacionais de US$ 1,052 bilhão em agosto até dia 21. As despesas estão em US$ 1,425 bilhão. Maciel fez uma projeção para o déficit de viagens considerando a média diária até dia 21, de US$ 1,542 bilhão no fechamento de agosto de 2013, o que seria uma alta de 11,7% ante agosto de 2012. Em julho, o resultado ficou 14% superior ao mesmo mês do ano passado.

Para ele, esses dados mostram que há uma desaceleração por conta da alta do dólar, que só não é maior por conta de viagens que já estavam planejadas. "A persistir a alta do câmbio, essa desaceleração tende a aumentar." Ele disse ainda que as receitas com estrangeiros no Brasil mostram queda no acumulado do ano, apesar dos eventos internacionais realizados em 2013. 

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Alta do dólar

Para Maciel, a persistir a alta do dólar, é "natural" que haja alguma reação na conta de transações externas. "E viagens internacionais é uma que tende a reagir, a moderar rapidamente, com o crescimento menor", citou, lembrando que essa rubrica tem sido destaque desde o ano passado.

Mas não é somente sobre esse item que a alta do dólar, se continuar, terá reflexo, de acordo com o técnico. "Haverá impacto também na importação de bens de consumo e as remessas também tendem a diminuir com câmbio em alta", considerou. "Em quatro ou cinco meses, a persistir esse câmbio, é possível que observemos reações em algumas contas em transações", acrescentou.

Maciel fez questão de enfatizar que o déficit em conta corrente pode ser avaliado como ingresso de poupança externa, o que se traduz em investimentos. "Tem esse aspecto positivo", pontuou. Ele voltou a dizer que há conforto, por parte do Banco Central, em termos das condições de financiamentos do déficit externo em 2013.

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