SÃO PAULO - Apesar de o dólar para o turista estar próximo a R$ 2,40, os brasileiros continuam a ter altos gastos em viagens ao exterior. No total, foram gastos US$ 2,314 bilhões em viagens ao exterior em outubro, segundo dados do Banco Central. Na ponta contrária, houve receita de US$ 533 milhões com a visita de estrangeiros no Brasil.
Os gastos com viagens internacionais foram recordes para todos os meses da série histórica do Banco Central, que está disponível na internet a partir de janeiro de 1969.
Segundo dados do Banco Central, o déficit da conta de viagens internacionais somou US$ 1,78 bilhão em outubro, saldo que também é recorde. Em setembro, o déficit havia sido de US$ 2,1 bilhões.
O resultado do déficit ficou 15,9% acima do observado em outubro de 2012. Houve aumento de 10,9% nos gastos de turistas brasileiros no exterior e redução de 3,1% nos gastos de turistas estrangeiros no País.
O saldo da conta de viagens integra o quadro de serviços, que por sua vez faz parte da conta de Transações Correntes. Esta conta, se soma à Conta Capital e Financeira e aos Erros e Omissões para dar o saldo final do Balanço de Pagamentos do País.
Serviços. O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, comentou que a balança comercial e o segmento de serviços foram os itens que mais puxaram o déficit para cima ao longo de 2013. De janeiro a outubro, o resultado está negativo em US$ 67,548 bilhões. Desse valor, houve déficit de US$ 7,132 bilhões no mês passado, o maior para o mês de outubro da série iniciada em 1980.
De janeiro a outubro, houve ampliação de US$ 28 bilhões do resultado negativo em relação ao mesmo período do ano passado. Conforme Maciel, o saldo da balança foi negativo em US$ 19,2 bilhões, enquanto os serviços responderam por US$ 6,3 bilhões. "Os dois juntos respondem por US$ 25,5 bilhões dos US$ 28 bilhões", resumiu. "Por que a balança está com esse comportamento? Porque as exportações recuaram cerca 1% no acumulado do ano enquanto as importações cresceram 9,4%", disse.
Ele salientou também que a atividade econômica deste ano está "muito diferente" do quadro apresentado no ano passado. "Isso vai se refletir, claro, nas transações correntes", disse. "É nessa linha que se justifica o crescimento do déficit ao longo do ano", continuou.
(Com Agência Estado)