A rede Burger King Brasil protocolou nesta sexta-feira, 20, seu pedido de oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) e deverá realizar sua abertura de capital em dezembro. Com isso, a última janela do ano para empresas que querem começar a negociar suas ações na bolsa tem potencial para movimentar cerca de R$ 20 bilhões. Além da rede de fast-food, BR Distribuidora, Algar Telecom e Neoenergia são as outras empresas que buscam abrir capital também no último mês do ano.
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A oferta será primária, quando há emissões de novas ações e os recursos obtidos com a operação são embolsados pela empresa, e também secundária, quando os acionistas se desfazem de sua fatia na companhia.
A gestora Vinci Capital, dona de 33% da rede no País, e a Temasek, empresa de investimentos do governo de Cingapura que tem 15%, vão vender parte das ações. São sócios ainda da master-franqueada no Brasil o fundo de private equity (que compra participações em empresas) Capital Group, com 31%, e a Restaurant Brands International, dona da marca Burger King, com outros 15%.
O dinheiro obtido pela companhia será destinado para a abertura de novos restaurantes e de quiosques de sobremesas nos próximos anos. Somado a isso, a empresa pretende utilizar parte dos recursos na pesquisa e desenvolvimento de novas marcas de fast-food.
Expansão. O documento aponta que a rede tem mostrado forte crescimento no País, com o número de restaurantes da marca saindo de 108, em julho de 2011, para 628, no fim de setembro deste ano. “Trabalhamos para nos consolidarmos como a marca de fast-food preferida e mais rentável do Brasil”, afirma a empresa em documento.
Do total de restaurantes, 492 são próprios e 136 pertencem a franqueados. A empresa cita ainda dados da Euromonitor, segundo os quais o Burger King detém 31,6% da participação de mercado no negócio de hambúrgueres.
Os bancos coordenadores da oferta são o Itaú BBA, Bank of America Merril Lynch, Bradesco BBI, BTG Pactual, JP Morgan e XP Investimentos.
Prejuízo. No terceiro trimestre do ano, a companhia registrou prejuízo líquido de R$ 4,9 milhões no terceiro trimestre de 2017, 75% menor do que a perda de R$ 19,7 milhões registrada nos mesmos meses do ano anterior. O prejuízo no acumulado de 2017 até setembro chega a R$ 18 milhões ante um resultado líquido negativo de R$ 61 milhões no mesmo período de 2016.
A companhia registrou aumento de receitas na comparação anual, mas o resultado líquido tem sido impactado por despesas financeiras. O resultado antes do Resultado Financeiro e dos Tributos foi de R$ 13,7 milhões no trimestre, mas o Burger King Brasil registrou resultado financeiro líquido negativo em R$ 18,567 milhões.
A receita da companhia entre julho e setembro somou R$ 442,9 milhões, uma expansão de 27,4% na comparação com os mesmos meses do ano passado.