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Cálculo do FMI para dívida não é o mais correto, diz Banco Central

Chefe-adjunto do Departamento Econômico do BC sustenta defesa do ministro Mantega, que enviou ao FMI um pedido de mudança da metodologia de cálculo da dívida pública do País

Foto do author Célia Froufe
Por Eduardo Cucolo e Célia Froufe (Broadcast)
Atualização:

BRASÍLIA - O chefe-adjunto do Departamento Econômico do Banco Central, Fernando Rocha, afirmou nesta terça-feira, 30, que a metodologia de cálculo da dívida bruta do governo geral utilizada pela instituição é a mais correta. "O BC está seguro de que a forma mais correta para o caso brasileiro é a utilizada pelo BC e não a utilizada pelo FMI", afirmou.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, enviou correspondência este mês à diretora gerente do FMI, Christine Lagarde, pedindo alteração na metodologia de cálculo da dívida bruta brasileira. Pelos critérios oficiais do País, ela fechou 2012 em 58,7% do Produto Interno Bruto (PIB). Nas contas do organismo multilateral, ela chega a 68% do PIB. Segundo Rocha, o BC só contabiliza na dívida os títulos da carteira da instituição efetivamente utilizados nas operações compromissadas. Não estão contabilizados os títulos que fazem parte da carteira livre do BC. O FMI, por outro lado, considera todos esses papéis na definição da dívida bruta. "O FMI considera o total de títulos que estão com o BC, quer estejam sendo utilizados quer estejam na carteira livre. É por isso que a dívida é maior no conceito do FMI. É uma diferença conceitual." Rocha afirmou ainda que a dívida bruta do País vem se reduzindo, quando se considera a trajetória de longo prazo. Disse ainda que, na comparação internacional, o porcentual não é elevado, embora apresente ligeiro aumento no ano. Ele destacou ainda que, mesmo pelo critério do FMI, a conta tem se reduzido, por conta dos resgates de dívida mobiliária do Tesouro. Questionado sobre o pedido do ministro Mantega ao Fundo, Rocha reafirmou que o conceito do BC é o mais adequado para avaliar o nível e a trajetória da dívida brasileira.

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