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Caminhoneiros planejam paralisação nacional em junho

Por Camila Moreira
Atualização:

Os caminhoneiros autônomos brasileiros planejam uma paralisação nacional em junho em protesto, entre outras coisas, contra a falta do repasse do aumento do óleo diesel para o valor do frete e a restrição do tráfego na cidade de São Paulo. Após uma assembléia realizada na manhã desta terça-feira, liderada pela Associação Brasileira dos Caminhoneiros (ABCAM) e com apoio de outras entidades, foi decidido que os caminhoneiros autônomos vão parar a partir do dia 25 de junho, por tempo indeterminado. "Esse é um trabalho de um grupo de lideranças que existe no Brasil, que juntou forças para que realmente se atenda à necessidade do caminhoneiro. Ele é o ator dessa situação, tem que mostrar claramente a situação que está passando", disse José da Fonseca Lopes, presidente da ABCAM. De acordo com ele, a idéia é que os caminhoneiros fiquem em casa ou parem em postos de abastecimento, sem bloqueios de estradas ou grandes manifestações. Além da questão do diesel e da restrição de movimentação em São Paulo, prevista para entrar em vigor em 30 de junho, os caminhoneiros pedem o retorno da fiscalização pela Agência Nacional de Transportes Terrestres do vale-pedágio e do excesso de peso e um plano de segurança para as estradas. Eles também protestam contra a não aprovação no Congresso de projeto de lei que prevê o pagamento do vale-pedágio em dinheiro. A partir de agora serão realizadas assembléias para que todos os caminhoneiros, não apenas os autônomos, sejam instruídos sobre a paralisação, e Fonseca acredita que os motoristas de empresas e aqueles com frota própria vão aderir ao movimento. "O problema que o caminhoneiro está passando hoje é insuportável, ele é discriminado, paga para trabalhar, tem dificuldade para carregar. Acredito que deve haver participação de todos", afirmou. Segundo os cálculos do presidente da ABCAM, a frota de caminhões autônomos atinge 1 milhão de unidades, ou a metade do total da frota nacional, estimada por ele em 2 milhões de veículos. "Se acontecer uma situação dessa (adesão total), vamos ter praticamente 2 milhões de caminhões parados. Acho que vai parar geral, o total da frota que temos no Brasil hoje", disse. Fonseca explicou que não há previsão para o fim da greve, afirmando que isso acontecerá quando as reivindicações forem atendidas. "Se o governo esperar até o último dia, se a prefeitura de São Paulo esperar até o último dia e não der uma posição, só vamos voltar a trabalhar quando estiverem resolvidos esses problemas."

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