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Carros importados começam a chegar ao Brasil

Importadoras adiantam detalhes de modelos de carros vindos da China e Uruguai

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Vistos como ameaça pelas fabricantes brasileiras, os carros chineses começam a chegar ao País, ainda em pequenos volumes, mas com planos ambiciosos de produção local. Em dois meses, o grupo nacional Effa inicia as vendas do modelo compacto Ideal, ao preço de R$ 22.980. A marca Chana entrega esta semana aos lojistas o primeiro lote de 215 utilitários que, segundo a importadora Districar já está todo vendido. Os preços começam em R$ 29.900. Em versão com 4 portas e equipado com ar condicionado, vidros elétricos, CD player, entre outros itens, o Ideal será o carro menos potente do mercado, com 970 cilindradas e 47 cavalos, movido a gasolina. O Fiat Mille, carro mais barato do mercado, custa R$ 23,7 mil na versão 4 portas, sem acessórios, mas com 65 cavalos de potência e motor flex. O Ideal será importado pelo grupo Effa Motors, do empresário uruguaio Eduardo Effa e seu sócio brasileiro, Aroldo Cunha. Em 2008, o compacto começará a ser produzido no Uruguai, numa linha de montagem em Montevidéu com capacidade inicial para 5 mil unidades ao ano, volume que deve em 2010. O mesmo grupo prepara a produção de um caminhão leve, com capacidade de carga de até seis toneladas, em Manaus, também a partir do próximo ano. As obras da fábrica estão em andamento, informa o diretor superintendente do grupo, José Geraldo Sampaio Moura. "O grupo fez acordo de transferência de tecnologia com a empresa chinesa Changhe, fabricante do Ideal", diz Moura. A montadora atua no segmento de aviação com a produção de helicópteros e em 1999 fez parceria com a japonesa Suzuki para produzir veículos. Já a parceria para a produção do caminhão em Manaus ainda está em fase de negociações. O valor do investimento no projeto não foi revelado. "Vamos seguir as regras do Mercosul para produção no Uruguai e as regras da Suframa para a produção em Manaus", informa Moura. O grupo Effa está trazendo um primeiro lote de 200 modelos Ideal para o Brasil e 200 comercias leves - que será vendidos a partir de R$ 26 mil, faixa em que competirá com os modelos da Chana. Também importará três versões de comerciais leves, similares às minivans coreanas Towner e Topic, que deixaram de ser importadas. A empresa importará modelos das chinesas Hafei e Brilliance. A rede de revenda terá inicialmente seis lojas na Grande São Paulo. Depois serão nomeados distribuidores em várias capitais. Eduardo Effa vive no Brasil há 12 anos e atua no ramo de importação de diversos produtos como brinquedos e enfeites natalinos. Há cinco anos abriu um escritório na China e há dois iniciou a importação do Ideal para o Uruguai, como mercado piloto, e agora trará o modelo para o País. Além da fábrica de caminhões, o grupo deve produzir em Manaus aparelhos de ar condicionado e motos. A importadora Districar, que apresentou os veículos Chana no Salão do Automóvel em outubro, inicia vendas nesta semana em 16 concessionárias, das quais quatro na capital que estão em fase final de montagem de estrutura. Segundo o diretor da empresa, Wagner Mantovani, outras 12 lojas serão abertas em alguns meses. O grupo espera vender de 2,5 mil a 3 mil veículos por ano. O primeiro lote de 215 veículos com cinco modelos (minivans, furgão, camionete e picapes cabine simples e dupla já está vendido, diz Mantovani, boa parte para frotistas. Os preços variam de R$ 29.900 (camionete com 2 lugares e capacidade para transportar até 800 quilos de carga) a R$ 36.900 (minivan para 7 passageiros). A fabricante chinesa dos veículos é a ChangAn. A Districar espera ocupar o espaço deixado pelos modelos Towner e Topic, que venderam 60 mil unidades nos anos 90. Outra marca chinesa prevista para entrar no Brasil em breve é a Chery, por meio de parceria também para produção no Uruguai.

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