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CBA, a ‘joia da coroa’ dos Ermírio de Moraes, arrecada R$ 1,6 bilhão em IPO

Grupo Votorantim vendeu ações da Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) e embolsou R$ 910 milhões na operação; empresa teve de reduzir preço que buscava para concluir a oferta

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Por Fernanda Guimarães
Atualização:

Uma das principais empresas do Grupo Votorantim - conglomerado da família Ermírio de Moraes -, a octogenária Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) conseguiu demanda para concluir sua oferta inicial de ações (IPO, pela sigla em inglês), que movimentou R$ 1,61 bilhão. A fabricante de alumínio vai estrear na Bolsa brasileira valendo R$ 6,7 bilhões na próxima quinta-feira, dia 15. A CBA era citada no mercado como a “joia da coroa” do grupo dos Ermírio de Moraes.

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Na oferta, o grupo Votorantim realizou uma venda de uma fatia de sua participação, operação pela qual embolsou R$ 910 milhões, conforme fontes de mercado. Essa será a segunda empresa do grupo a ter capital aberto. A primeira foi a Nexa, braço de mineração. O conglomerado tem ainda na mesa a venda de sua participação no banco BV, depois que tentar, em mais de uma ocasião, realizar uma oferta de ações.

A ação no âmbito da oferta foi precificada em R$ 11,20, abaixo do piso da faixa indicativa de preço para o IPO, que ia de R$ 14 a R$ 18, ou seja, um desconto de 20%, apurou o Estadão.Como houve um desconto em relação ao preço inicialmente proposto, a decisão foi de não vender o lote adicional da oferta.

Fábrica da CBA, na cidade de Alumínio (SP) Foto: Robson Fernandjes/ Agência Estado

Do total de recursos da oferta, R$ 700 milhões irão para o caixa da empresa, o que deve financiar crescimento e aquisições, conforme informações que constam no prospecto da oferta. Estruturaram a oferta o Bank of America, BTG Pactual, Bradesco BBI, Citi, XP e UBS BB.

Faturamento de mais de R$ 5 bilhões

A companhia possui atualmente três unidades de exploração de bauxita, localizadas em Barro Alto (GO), Zona da Mata (MG) e Poços de Caldas (MG), com potencial para garantir a autossuficiência no suprimento do minério para a produção do alumínio por um período acima de 20 anos. No ano passado, produziu 1,7 milhão de toneladas de bauxita processada e 307 mil toneladas de alumínio fundido. O faturamento anual da empresa é de R$ 5,4 bilhões.

A casa de análise Suno disse, em relatório, que um dos riscos relacionados à CBA tem relação à “dependência do preço da commodity e de um cenário macroeconômico favorável”, além de uma dívida em dólar. Por isso, tinha indicado a clientes a não entrarem na oferta ao preço inicialmente proposto. 

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No geral, contudo, apontou a empresa como bem posicionada no mercado. “É evidente que a Companhia Brasileira de Alumínio está situada em um ótimo mercado – e bem posicionada em relação a seus concorrentes”, destaca a Suno, em documento enviado a clientes. Dentre os pontos positivos, lembrou está a utilização de energia limpa para ao processo produtivo.

Semana cheia

Esta semana está movimentada para as ofertas de ações na B3. Na segunda-feira já precificou a rede de academias Smart Fit, uma operação com grande demanda. Amanhã será a vez da InterCement (segunda maior empresa de cimentos do País) e, logo depois, da fabricante de eletroeletrônicos Multilaser.

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