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Cemig prevê receita de R$1,5bi com antecipação de Sant Antônio

Por Denise Luna (Broadcast)
Atualização:

Um dia após ser derrotada na disputa pela usina hidrelétrica de Jirau, em Rondônia, a Cemig confirmou que a entrada em operação das duas primeiras turbinas da usina de Santo Antônio será antecipadas para abril de 2012, em vez de dezembro do mesmo ano, o que deverá gerar receita adicional de 1,5 bilhão de reais até 2015. O ano de 2015 é o prazo para todas as 44 turbinas da usina entrarem em operação. A Cemig informou que o orçamento da usina de Santo Antônio, que junto com Jirau forma o complexo do rio Madeira, foi elevado para 12,2 bilhões de reais, contra estimativa inicial de 9,5 bilhões de reais feita pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), mas a taxa de retorno do investimento será mantida em 12 por cento. A empresa evitou comentar a oferta feita pelo consórcio concorrente, que comprou a usina de Jirau pela tarifa de 71,40 reais o megawatt-hora. "Não podemos fazer nenhum juízo de valor sobre as estimativas feitas para o projeto de Jirau, porque nós não conhecemos as premissas adotadas pelo consórcio vencedor, mas o que temos absoluta certeza é que o nosso orçamento é de 12,2 bilhões de reais", afirmou em uma teleconferência o diretor de finanças e de relações da Cemig, Luiz Fernando Rolla. Para Jirau, a estimativa da EPE era de 8,7 bilhões de reais. O BNDES financia até 75 por cento desse total. O consórcio vencedor do leilão da usina de Santo Antônio, realizado em dezembro do ano passado, é composto por Furnas (39%), Odebrecht Investimentos (17,6%); Fundo de Investimentos-Fip, formado pelo Banif e Santander (20%), Andrade Gutierrez (12,4%), Cemig (10%) e Construtora Odebrecht (1%). O grupo constituiu uma empresa chamada Madeira Energia S.A.(Mesa) para tocar o projeto, com a mesma configuração societária. A empresa terá 11 conselheiros, sendo três indicados por Furnas, um pela Cemig, dois pelo fundo de investimento, dois pela Odebrecht e um pela Andrade. A estrutura poderá ser utilizada para participar de outras oportunidades na região, antecipou o diretor. "A Mesa pode ser também um veículo de crescimento para outros projetos na região, devemos ter leilões de concessões na região amazônica ainda este ano, e podemos utilizar esse mecanismo", explicou. A companhia prevê que em três meses o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) libere a primeira parcela do financiamento para a construção da usina de Santo Antônio. RETORNO Segundo Rolla, apesar do ceticismo do mercado, a expectativa de retorno do grupo é de 12 por cento sobre o total investido, e poderá ser inclusive ultrapassado. "Algumas coisas no Brasil estão mudando e agora com o 'investment grade' vai permitir corte no custo do dinheiro, o que vai trazer redução de custos", disse Rolla, lembrando que o BNDES também teve critérios alterados que favorecem investimentos em infra-estrutura. Um dos analistas presentes na teleconferência e que pediu para não ser identificado ressaltou que a empresa só apresentou cenários otimistas para o projeto e que ninguém no mercado está entendendo como a companhia vai conseguir 12 por cento de retorno sobre os investimentos realizados. "A leitura que o mercado faz é que não gostou das explicações da Cemig e acharam as propostas muito agressivas...para esse retorno (12%) tem que tudo dar cem por cento certo, e isso é muito difícil, ainda mais naquela região", disse o analista. Ele explicou que além da ameaça de liminares por questões ambientais, a região amazônica está sujeita a outros obstáculos como fatores climáticos. O analista, desde a realização do primeiro leilão, já havia reduzido o preço-alvo das ações da Cemig de 55,55 reais para 47,80 reais. Para ele, a empresa teve sorte de não vencer o segundo leilão, "ia apanhar muito mais", disse, referindo-se a um possível movimento de venda das ações.

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