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Cerveja é destaque nas encomendas para fim do ano, diz Abras

Projeção de crescimento das vendas da bebida aumentou para 16,8% neste ano, ante 15,2% previstos para 2010

Por Rodrigo Petry e da Agência Estado
Atualização:

Entre os produtos com encomendas superiores ao ano passado, as cervejas se destacam. Enquanto em 2010 a projeção de crescimento das vendas era de 15,2%, neste ano avançou para 16,8%, de acordo com a pesquisa da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Na mesma comparação, cresceram de 13,4% para 16,3% as encomendas de frutas nacional da época; de 13,8% para 16,1% de refrigerantes; de 11,9% para 15,1% de frango congelado; e de 11,9% para 13,7% de frutas secas. Segundo a pesquisa, porém, houve uma desaceleração, em 2011 ante 2010, no ritmo das encomendas para este Natal de bacalhau, de 13,8% para 13,4%; de bebidas natalinas, de 12,9% para 11,2%; e de brinquedos, de 11,4% para 11,1%. Já as encomendas de panetone mantiveram no período um ritmo de crescimento estável, em 14,1%. Na avaliação de Honda, o recente repique de alta do dólar não chegou a afetar as expectativas dos supermercadistas para este Natal, isso porque o patamar de valorização da moeda norte-americana frente ao real não eliminou as margens de negociação com os fornecedores. "A alta do dólar foi negociável", disse. Por produtos, houve uma aceleração das encomendas para este Natal de pernil (de 10,9% em 2010 para 15,6% em 2011), de peixes congelados (de 9,1% para 15,3%), de peixes frescos (de 6,8% para 14,2%), de lombo (de 9,8% para 13,4%) e de vinhos nacionais (de 10,3% para 10,9%). A pesquisa destacou, por outro lado, redução das encomendas, na mesma comparação, de chester (de 10,3% para 10,1%), de peru (de 9,2% para 4,5%) e de tender (de 8,2% para 3,9%). Em relação aos produtos importados, houve incremento das encomendas das três categorias estabelecidas na pesquisa da Abras. Importados em geral (azeite, azeitonas, queijos e embutidos, entre outros) apresentaram um aumento de 14% das encomendas, frente a uma alta de 12,1% da mesma data de 2010. A situação foi semelhante com as frutas especiais importadas (de 11,1% em 2010 para 12,9% em 2011) e de vinhos importados (de 7,5% para 12,2%).

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Preços

A expectativa da Abras é de que os preços dos produtos vendidos nos supermercados se mantenham estáveis até o fim do ano, o que contribuiu para que os empresários do setor supermercadista ampliassem suas encomendas à indústria num ritmo superior ao do Natal de 2010. "O setor está otimista em superar a marca do ano passado, pois contamos com um momento de estabilidade econômica e perspectivas de manutenção da geração de empregos e renda, junto com a estabilidade de preços", afirmou Honda. Honda destacou que, enquanto no último quadrimestre de 2010 os preços dos itens mais vendidos nos supermercados apresentaram forte aceleração, reduzindo o poder de compra dos consumidores na época, neste ano há um movimento de acomodação. No acumulado de janeiro a setembro, a cesta da Abras, medida pela GfK, formada por itens de largo consumo, como alimentos, limpeza e beleza, tem deflação de 0,21%, enquanto o IPCA Alimentos na mesma comparação avança 4,98%. "Quando há uma forte alta nos preços, o orçamento familiar é afetado. Como isso não vem ocorrendo este ano, teremos uma situação melhor neste Natal", disse. De acordo com pesquisa da Abras, que questionou os empresários do setor em relação às expectativas para as vendas no final deste ano, as encomendas cresceram 15,6% em comparação ao Natal de 2010. Como comparação, no mesmo período do ano passado, as projeções apontavam para um aumento de 12,5%. Honda avaliou que esse avanço nas expectativas frente a 2010 reflete, em parte, as preocupações enfrentadas pelas empresas durante a Páscoa deste ano, quando chegaram a faltar alguns produtos, porque os empresários supermercadistas não calcularam corretamente a demanda por parte dos consumidores para esta data. "Não adianta, às vésperas do Natal, o empresário querer encomendar mais cervejas. Se o cálculo não estiver correto, vai faltar produto", disse Honda. A entidade reafirmou a projeção de alta de 4% para o crescimento real das vendas neste ano. "Alguns setores do varejo, principalmente de automóveis, apresentam vendas menores, mas em alimentos a situação é diferente", afirmou. Segundo ele, as vendas preliminares apuradas em outubro são consideradas positivas, puxadas pelo Dia da Criança. "É provável que a tendência de crescimento (na faixa dos 4,2% em 2010) se estenda até o final do ano", destacou.

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